Resumo |
As florestas, tanto plantadas como nativas, possuem potencial destacado para mitigar as alterações no clima, devido à sua capacidade de estocar carbono na forma de biomassa. Especificamente em relação às plantadas, o Brasil possui 7,8 milhões de hectares de florestas plantadas, responsáveis por fixar 1,7 bilhões de toneladas de CO2e. As principais espécies plantadas são do gênero Eucalyptus, perfazendo uma área de 5,6 milhões de hectares. Nesse sentido, objetivou-se avaliar a estocagem de carbono em diferentes matérias genéticos de eucalipto no município de Viçosa, MG. O estudo foi realizado em uma área experimental (2,28 ha), localizada no município de Viçosa-MG. O inventário florestal realizado foi do tipo censo onde todas as árvores tiveram sua circunferência a 1,30 m de altura (CAP) e altura total mensurados, aos 7,5 anos de idade. Os indivíduos do experimento foram separados em classes diamétricas e posteriormente foi calculado o diâmetro médio quadrático (q) de cada material genético. Três indivíduos de cada classe diamétrica foram selecionados para realização da cubagem rigorosa pelo método não destrutivo. O Pentaprisma de Wheeler foi utilizado para obtenção do diâmetro nas seguintes alturas: 0 m, 0,30 m, 0,70 m, 1,30 m e, a partir dessa altura, a cada 1 metro, até um diâmetro mínimo de 8,0 cm. O volume de cada seção foi determinado pela expressão matemática de Smalian. A partir do diâmetro de 8 cm o restante do fuste foi considerado como um cone. De posse dos dados de volume das árvores amostra, e do seus respectivos DAP e alturas totais foram encontrados os parâmetros dos modelos volumétricos de Schumacher e Hall (1933) e Spurr (1952). O teste de Scott-Knott foi utilizado para comparar os modelos. A biomassa presente no fuste de cada árvore-amostra foi obtida pela multiplicação do volume total pela densidade básica média da madeira do material genético correspondente. Com a biomassa de cada indivíduoestimou-se a biomassa total de cada material genético. O estoque de carbono foi obtido pela multiplicação da biomassa do fuste pelo fator 0,47. O estoque de carbono total foi de 67,70 Mg C ha-1. O incremento médio anual em carbono foi de 9,03 MgC ha-1 ano-1. Os dois clones que se destacaram pelo teste de média na fixação de carbono nos fustes foram o AEC0344 e o CO6500, sendo ambos híbridos de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis. O primeiro é proveniente da região de Itamarandiba-MG e o segundo de São João del Rei- MG, com incremento médio anual de carbono (IMAC) de 13,77 e 13,26 MgC ha-1 ano-1 de carbono, respectivamente em seus fustes. O clone FRD-1994 foi o de menor estoque de carbono 4,80 MgC ha-1 ano-1. Foi possível concluir que o material genético deve ser levado em consideração em povoamentos de eucalipto com a finalidade de mitigação das mudanças climáticas; e que o material genético, densidade da madeira e volume de madeira influenciam o estoque de carbono da florestal. |