Resumo |
O êxito na produção intensiva de proteína de origem animal, em particular do setor de produção de ovos, depende essencialmente do manejo apropriado do ambiente em que as galinhas poedeiras estão inseridas, principalmente quando são consideradas respostas fisiológicas dos animais a agentes estressores do ambiente, como, por exemplo, temperatura ambiente interferindo na resposta de temperatura corporal e, consequentemente, na produtividade. Desta forma, o correto controle do ambiente de criação para as condições de alojamentos praticados na avicultura de postura do país, demanda ainda muitas respostas investigativas quanto a quantificação dos efeitos detrimentais ou benéficos dos diferentes ambientes térmicos dos alojamentos. Esta pesquisa teve-se como objetivo avaliar as respostas fisiológicas e o desenvolvimento dos sistemas digestório e reprodutor de galinhas na fase de pico de postura (24ª à 31ª semanas de idade), quando submetidas a quatro diferentes condições de ambiente térmico: uma representativa da situação de conforto preconizado pela literatura (T1 = 20°C) durante 24 horas por dia, durante toda a fase de pico, e três representativas de estresse por calor (T2 (25°C), T3 (30°C) e T4 (35°C)), nas quais as aves foram submetidas a períodos alternados de 12 horas de estresse por calor, de 7:00 às 19:00 horas, e 12 horas sob temperatura de conforto de 20°C. Para cada condição térmica imposta, as aves foram divididas em grupos que receberam quatro dietas com diferentes níveis de energia metabolizável na ração (2700, 2800, 2900, 3000 kcal.kg-1). Foram avaliados os parâmetros de temperatura média corporal e temperatura de cloaca; peso das aves, do ovário, oviduto e intestino; rendimento de fígado e moela; e tamanho de oviduto. As temperaturas e as semanas de vidas das aves influenciaram significativamente nos resultados de temperatura de cloaca. Também foi observado, para essa variável, efeito significativo na interação entre temperatura e semanas de vida. Para a variável de temperatura média corporal, observou-se efeito significativo na interação nível de energia e semanas de vida das aves. Os níveis de energia metabolizável não apresentaram efeito significativo em relação aos parâmetros de temperatura média corporal e a temperatura de cloaca. As temperaturas influenciaram significativamente nos resultados de peso do ovário e peso da ave. Observou-se, também, o efeito significativo dos níveis de energia metabolizável sobre o peso da ave e peso de oviduto. Verificou-se que, em condições de estresse cíclico por calor, as aves apresentaram redução no metabolismo e perdas que afetaram seu desempenho reprodutivo. Além disso, observou-se que, quanto maior o nível de energia metabolizável na ração, melhor a ave se apresenta para expressar seu potencial produtivo. |