Resumo |
O tratamento de esgotos tem se tornando cada vez mais visado e essencial para o ser humano. O uso da água e a qualidade com a qual é devolvida ao meio ambiente é de suma importância para que se possa manter a disponibilidade de água em quantidade e com qualidade necessárias para seus múltiplos usos. O tratamento convencional de esgotos é capaz de remover macropoluentes e degradar a matéria orgânica presente no esgoto, contudo ainda não é muito eficiente na remoção dos micropoluentes, como hormônios, fármacos e antibióticos que podem contribuir para a toxicidade dos esgotos tratados. Esta pesquisa buscou avaliar as contribuições da adsorção e da biodegradação para a remoção de toxicidade do esgoto durante o tratamento biológico aeróbio e anaeróbio. O estudo foi realizado com esgoto doméstico bruto coletado na cidade de Viçosa – MG e tratado em reatores biológicos de bancada. Foram utilizados diversos métodos físicos e químicos para inativação do lodo biológico aeróbio e anaeróbio, com o intuito de observar somente a contribuição da adsorção para remoção de toxicidade do esgoto. A inativação física combinou altas temperaturas e exposição a luz ultravioleta (UV) com diferentes combinações de faixas de temperaturas e tempos de exposição à luz UV, dentro de limites que não danificassem as células bacterianas, contudo não foram eficazes. Algumas combinações levaram à inativação do lodo nas primeiras horas após o tratamento, porém as células bacterianas não permaneceram inativas pelo período mínimo de 24 horas, que seria necessário para avaliar a adsorção. O método químico que obteve resultado positivo na inativação das bactérias foi o uso de sulfato de mercúrio, apesar de não ser ideal devido a sua toxicidade. Por meio de testes de toxicidade crônica e aguda qualitativos, foi possível notar que o mercúrio, no caso do tratamento aeróbio, conferiu toxicidade às amostras, mas no caso do tratamento anaeróbio, nenhuma amostra foi considerada tóxica, possivelmente devido a mecanismos de resistência e capacidade de conversão de mercúrio para sua forma menos tóxica que as bactérias anaeróbias possuem. Desta forma, a avaliação da contribuição da adsorção se tornou difícil, devido às dificuldades encontradas na inativação e ao método escolhido, indicando a necessidade de mais estudos sobre formas de inativação do lodo biológico e os mecanismos de remoção da toxicidade. |