Resumo |
A macaúba ainda não é uma realidade, pois está sendo adaptada ao contexto comercial por avanços nas pesquisas e, também, pela instalação de projetos agrícolas embrionários que buscam adequar o manejo agrícola e realizar a seleção da espécie. A cultura tem potencial não só para o biodiesel, mas também para o uso do óleo de macaúba na indústria alimentícia, manufatura de cosméticos e fármacos, resinas e lubrificantes. Porém, são muitos os entraves na cadeia produtiva do fruto, os quais reforçam a necessidade de estudos e análises que abordem modelos de estruturação, bem como análise econômica com base em cenários de negócios que possa ajudar no desenvolvimento desta cadeia produtiva. Para isso, foram tratadas informações de fontes como Embrapa, IBGE, Conab e Emater no que tange à produção da macaúba, além de análises comparativas com outras culturas, como o dendê e a soja, mediante revisões bibliográficas. Os modelos de negócio e cenários do estudo foram construídos pela equipe do Centro de Conhecimento em Bioenergia e as análises de viabilidade econômica com a utilização de indicadores financeiros se pautaram no sistema Biodiesel FAO. O norte mineiro foi escolhido como foco do projeto baseando-se no fato de que a cultura da macaúba compõe parte da mata nativa da região, sendo, dessa forma, de excelentes características ao desenvolvimento de cultivo. A implantação de uma unidade processadora próxima ao local de cultivo é em razão da perda de qualidade do óleo vegetal decorrente do transporte e do período de armazenamento. Os dados técnicos coletados e analisados possibilitaram uma avaliação da viabilidade econômica, a qual demonstrou viabilidade tanto para o projeto industrial, quanto para o projeto agrícola. O ponto de inflexão da viabilidade do projeto industrial se dá com preço máximo de compra do coco macaúba até o limite de R$0,33. Este limite viabiliza o preço de venda do óleo vegetal a R$2,44. No entanto, a decisão mais adequada para possibilitar o interesse do investidor industrial é o do pagamento de R$0,28 por kg de coco, o qual mantém a viabilidade do projeto agrícola ao gerar um lucro de R$1.958,00 por hectare ao agricultor, além de uma Taxa Interna de Retorno de 21,93% para a indústria. |