Resumo |
Nas últimas décadas, as mudanças climáticas têm sido uma das questões mais preocupantes para os diversos setores econômicos de todos os países. Em destaque está o setor agrícola, que depende diretamente das condições de precipitação e temperatura para o seu desenvolvimento. Ademais, o impacto causado pelas mudanças climáticas apresenta padrão diferenciado regionalmente, já que cada localidade/país é suscetível tem condições ambientais, socioeconômicos e institucionais diferenciadas. Essa suscetibilidade pode ser traduzida pelo grau de vulnerabilidade, o qual torna-se cada vez elevado conforme as alterações dos padrões de precipitação e temperatura locais. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a exposição diz respeito á “natureza e grau ao qual o sistema é exposto a variações climáticas significativas”. Mediante isso, o objetivo desse trabalho foi analisar o grau de vulnerabilidade às mudanças climáticas de agricultores familiares da região do Rio Doce, em Minas Gerais, com destaque para o seu nível de exposição. Foram utilizados dados climáticos obtidos do Terrestrial Hydrology Research Group (THRG) para o período de 1985 a 2015. A extração foi realizada utilizando um algoritmo que, a partir da leitura dos arquivos dos dados climáticos e de uma malha criada para região do Rio Doce, efetuou a interpolação entre os mesmos para redefinir a resolução dos arquivos climáticos baseado na malha da região. Assim, para todos os municípios da região foram obtidos valores do padrão histórico das variáveis climáticas. Com base nos resultados obtidos, observou-se que, ao comparar a média de precipitação para o ano de 2015 em relação à média de precipitação de todos os anos analisados, houve redução de no mínimo 3,33 mm e no máximo 111,94 mm. Contrastando a média de precipitação do último ano em relação ao primeiro, foi observado o valor mínimo de 57,18 mm e máximo de 78,36. Já para variável de temperatura ocorreu o oposto, ou seja, comparando a média de temperatura no ano de 2015 com a média de temperatura de toda série histórica observou-se um aumento de no mínimo 0,01ºC e no máximo 1,94 ºC. Ao contrastar o primeiro e o último ano, a temperatura média mínima é de 1,03 ºC e a máxima é de 1,94 ºC. Diante disso, no que diz respeito ao fator exposição, pode-se concluir que os agricultores da região do Rio Doce estão cada vez mais vulneráveis às mudanças climáticas. Com isso, são necessárias medidas preventivas com relação à capacidade adaptativa para que os mesmos consigam continuar desenvolvendo suas atividades, as quais contribuem para seu sustento e para o crescimento do setor agrícola da região. |