Resumo |
O Brasil é o maior produtor mundial de café, com participação de 36 % da produção mundial, e com produção estimada em 56,476 milhões de sacas beneficiadas para o ano de 2018. A área cultivada com a cultura no Brasil, com as espécies Coffea arabica e Coffea canephora (arábica e conillon) totaliza 2.248.565 hectares, sendo 1.977.518 de hectares em produção. A nutrição do cafeeiro é um fator de grande importância para a produtividade do cafeeiro e qualidade da bebida. A polifenoloxidase é uma enzima relacionada com a qualidade do café, podendo ser usada para separar classes de bebida, e sua atividade tem relação com a nutrição da planta, sobretudo com K, S, Cu e Zn. A adubação com K é frequente e em doses elevadas, dada a baixa fertilidade dos solos e a demanda da planta. O KCl é a principal fonte de potássio utilizada nas adubações. Devido ao elevado índice salino (116) e à concentração de cloro (48 %), desbalanços nutricionais e excesso de Cl poderão ocorrer e afetar negativamente a produtividade e a qualidade dos frutos. A avaliação da eficiência de fontes e doses de fertilizantes pode ser feita por diferentes meios, tais como medição de variáveis de crescimento e produção e conteúdo e taxa de recuperação do nutriente pela planta. O objetivo desse trabalho é avaliar a absorção de K e a influência de fontes e doses na qualidade de bebida. Plantas de café da variedade Catuaí 44 foram cultivadas por um período de 4 anos em casa de vegetação, em vasos plásticos contendo 50 dm3 de solo, até atingir a fase reprodutiva. O solo utilizado foi um Latossolo Vermelho Amarelo com baixa fertilidade. Amostras de solo e folha foram coletadas antes da aplicação dos tratamentos (julho agosto) e no período de granação (fevereiro março), durante dois anos consecutivos. Nelas, foram determinados os teores de K e Cl. Os tratamentos corresponderam a duas doses de K, equivalentes a 200 e 500 kg ha-1 de K, duas fontes de K (KCl e K2SO4) e um controle, com pequena adubação com K. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com seis repetições. Os frutos foram colhidos quando completamente maduros, descascados, secos até 11 % de umidade, beneficiados, torrados e moídos. O café natural, beneficiado, cru, em grãos foi avaliado pela classificação oficial brasileira (COB), e após a torra foi classificado de acordo com o método de classificação da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), com notas para a bebida, realizada por quatro técnicos autorizados (Qgraders). O tratamento com sulfato de potássio, na dose de 120 mg dm-3, obteve maior nota média y = 85,38, e o tratamento com KCl na dose 250 mg dm-3 a menor média, y = 79,81. Os tratamentos com KCl, nas doses 60 e 120 mg dm-3 obtiveram médias y = 83,02 e y = 84,81 respectivamente. |