Resumo |
A criação dos Jogos Olímpicos da Antiguidade ficou restrita entre os homens e para os homens, delegando à mulher o espaço apenas nas plateias. Em 1896, com o início dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas, na Grécia, o Barão de Coubertin (Pierre Di Freddy) ao idealizar o renascimento das Olimpíadas, optou por manter o mesmo formato dos Jogos da Antiguidade. Percebe-se que o contexto político e social da época não favorecia as mulheres onde a elas eram entregues os papéis de mães e donas de casa, além da colocação da imagem feminina fragilizada, fato que contrapunha o significado da participação nos Jogos, como culto ao corpo e a utilização da força. Este estudo objetivou analisar a presença feminina nos Jogos Olímpicos de 1936, 1972, 1980 e 1984, através de aspectos políticos, sociais e ideológicos correlacionando com as questões de gênero nas décadas de 30, 70 e 80 no contexto esportivo mundial. Tal pesquisa se justifica pela relevância de se tratar a evolução sócio-esportiva da mulher nos anos de conflitos políticos e seus reflexos no esporte rompendo as barreiras de gênero. Para isso, utilizou-se de pesquisa bibliográfica com análise do discurso escrito, baseando-se em técnicas do tipo publicação encontrada em revistas, artigos, sites de confiabilidade científica e IES fidedignas com base em palavras-chave, como: Mulher, Gênero, Jogos Olímpicos, Estudos Olímpicos. Dessa forma, evidenciou-se que desde o impedimento da participação da mulher nos Jogos na Grécia Antiga até o Boicote de Los Angeles, questões evolutivas políticas e sociais nortearam a participação feminina. A tentativa de compreender o esporte, suas relações sociais, políticas e a presença da mulher nesse meio nos trouxe a certeza que esse assunto é complexo e que envolve inúmeras variáveis. Além disso, com a mulher brasileira não foi diferente, sofrendo os reflexos do contexto político, ela fez parte de decretos e enfatizou a falta de incentivo, vivenciando até hoje o investimento no esporte masculino e o escasso no feminino. |