Resumo |
O papel é um material constituído principalmente por elementos de origem vegetal como as fibras celulósicas. A combinação dessas fibras juntamente com cargas minerais e outros produtos permite produzir papéis com propriedades adequadas para atender as necessidades pessoais e industriais. Os papéis são utilizados para inúmeras finalidades com controle adequado em sua fabricação para que suas propriedades reúnam os requisitos de qualidade para favorecer o consumidor. Dentre os parâmetros de qualidade do papel, enfatizamos nesse trabalho o estudo da porosidade, que são os espaços vazios encontrados na estrutura do papel e, a resistência à passagem de ar, que estabelece a dificuldade de um gás para ultrapassar o papel. Acreditamos que tais propriedades possuem uma correlação que muitas vezes é entendida erroneamente. Com isso, tivemos como objetivo geral verificar a existência dessa correlação entre eles, avaliar os efeitos de intensidade de refino da polpa celulósica e pressão de prensagem de formação das folhas sobre os parâmetros mencionados e definir as particularidades dos mesmos. Para o preparo das folhas de papel foram utilizadas polpas de celulose de eucalipto e de pinus kraft branqueadas. As polpas foram hidratadas em água destilada e desagregadas em hidrapulper para individualização das fibras. Após a retirada do excesso de água, as polpas foram armazenadas em sacos plásticos e condicionadas em ambiente climatizados para formação das folhas de papéis. Na fabricação dos papéis foi utilizada uma amostra de 30g a.s (absolutamente seco) de cada polpa e o refino foi feito em moinho PFI variando a intensidade entre 0 a 4000 revoluções do moinho. Em busca de mais informações, variou-se na formação dos papéis a pressão de prensagem das folhas de 0 a 100 psi. Após a formação das folhas, as mesmas foram condicionadas em sala climatizada para secagem ao ar e realização dos testes físicos e mecânicos. Na análise da resistência à passagem de ar, foi utilizado o equipamento automático tipo Gurley PAG-1000, onde pudemos perceber que a medida que aumentava a intensidade do refino, maior seria a resistência à passagem de ar. Já a análise porosimétrica foi realizada pela caracterização BET (Brunauer, Emmett e Teller), no equipamento Autosorb- 1C. Essa avaliação consistiu em quantificar o volume de gás nitrogênio em determinadas temperaturas que foi absorvida pela amostra em diferentes pressões. Após serem feitos os estudos e as análises de correlação entre porosidade e resistência à passagem de ar percebemos que de fato existe uma interdependência entre elas, uma vez que são inversamente proporcionais, ou seja, se há um maior número de poros na estrutura do papel, há uma menor resistência a passagem de ar e vice-versa. Por fim, temos esse trabalho como de grande importância para a indústria papeleira, pois seus resultados irão facilitar e agilizar o controle de qualidade dos papéis, já que o equipamento tipo Gurley é mais simples de operar. |