Resumo |
Introdução: O kefir é um alimento potencialmente probiótico que quando consumido em quantidades adequadas pode proporcionar benefícios a saúde de seu consumidor. Sabe-se que o consumo regular dos probióticos tem sido associado com a redução do risco para o desenvolvimento de lesões pré-neoplásicas na mucosa colônica. Objetivo: Avaliar o poder antioxidante do kefir, bem como o seu efeito sobre a concentração das enzimas antioxidantes e a peroxidação lipídica em ratos Wistar com lesões colônicas pré-neoplásicas. Metodologia: Foram utilizados 30 ratos machos, randomicamente divididos em 3 grupos (n = 10): grupo controle (1mL de água destilada), grupo leite (1mL de leite de vaca integral pasteurizado) e o grupo kefir (1mL de kefir de leite integral fresco). As intervenções foram administradas via gavagem, durante cinco semanas (fase de pré-indução). Posteriormente, todos os animais foram submetidos ao protocolo de indução química das lesões pré-neoplásicas com 1,2-dimetilhidrazina, com duração de 2 semanas. As intervenções foram administradas durante o período de indução e também nas 13 semanas subsequentes (fase de pós-indução), totalizando 20 semanas experimentais. Durante a eutanásia foram coletadas amostras de fígado e de cólon para determinação da concentração das enzimas catalase, superóxido dismutase e glutationa-S-tranferase, bem como das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico. Amostras de kefir fresco foram utilizadas para a determinação de DPPH. Resultados: Observou-se que a atividade da catalase aumentou (p=0,001) no cólon dos animais tratados com o kefir em comparação ao controle. Entretanto, no fígado a concentração da catalase foi maior no grupo controle (p=0,026). Em relação a superóxido dismutase, essa apresentou concentração semelhante, entre os grupos (p=0,234). Já a enzima glutationa-S-transferase apresentou concentração aumentada no cólon dos animais do grupo leite (p=0,003) em comparação aos demais grupos. Em relação as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico não se observou diferenças nas concentrações entre os grupos (p>0,05). Análise DPPH do kefir revelou que o mesmo possui 0,7 ± 0,13 de atividade antioxidante. Conclusão: A concentração das enzimas antioxidantes sofreu influência do tecido avaliado, visto que a necessidade de proteção varia de tecido para tecido. Com base na avaliação do poder antioxidante do kefir verificou-se que o mesmo é um alimento potencialmente antioxidante, e que o seu consumo regular pode ter contribuído para o aumento da concentração tecidual das enzimas antioxidativas. |