Resumo |
Quando o tema envelhecimento é tratado em sociedade temos o hábito de olhar, na maioria das vezes, o passado e suas histórias, para compreendermos o presente e como é viver a velhice pela pessoa idosa. Quais são as mudanças e os desafios para se planejar o futuro? Tal pergunta vem na perspectiva de buscar uma percepção diferente sobre o processo de envelhecer e entender o idoso como um sujeito social ativo e participativo em sociedade. Para tanto, esse estudo objetivou conhecer quais são as aspirações que a pessoa idosa cultiva para viver a velhice em sua plenitude. Os sujeitos da pesquisa foram pessoas idosas do PMTI (Programa Municipal da Terceira Idade) e participantes do projeto “A voz do idoso” (projeto que resgatou a visibilidade à população idosa em Viçosa). Foram realizadas rodas de conversa para que cada pessoa idosa participante do estudo pensasse acerca do seu futuro (vontades, desejos) e como esperam se ver nos anos que se seguem. Foram gravadas a cada encontro as falas de cada um sobre a perspectiva de futuro (sonhos e planos). As gravações foram analisadas e percebeu-se que, além dos desejos comuns à grande maioria, como por exemplo, ter muita saúde para viver bem e não ter dependência de outras pessoas, muitos fazem planos mais concretos, como viajar e visitar lugares, abrir algum tipo de comércio e comprar uma casa. Ao falar sobre esses desejos e anseios frente a uma câmera, eles descreveram com entusiasmo e segurança suas intenções para os próximos anos. Demonstraram que o processo de envelhecer é uma fase que permite ir além do olhar para trás e pensar sobre a vida que passou mas, sobretudo, ter entendimento de que a vida continua e os desejos nunca cessam. O vídeo produzido a partir desses relatos mostrou uma perspectiva de envelhecimento cada vez mais comum à população idosa, qual seja, sujeitos sociais que não aceitam ser vistos a partir dos estereótipos negativos considerados inerentes à velhice. Eles possuem a intenção de seguir vivendo, usufruindo da liberdade adquirida com o tempo, entendendo as benécies e o ônus que o envelhecer acarretam e, principalmente, não deixando que os ganhos ou perdas impeçam uma vivência plena e feliz, a partir do olhar de quem vive. |