Resumo |
Este trabalho teve origem no Programa de Pós-graduação em Educação da UFV e objetivou apresentar um aprofundamento de estudos sobre monitoria, em articulação com discussões realizadas numa disciplina cursada no 1º semestre de 2018. Para entender a monitoria devemos compreender os processos pelos quais passou, surgindo no século XIX com o ensino monitoral, ampliando-se e modificando-se até hoje. Além deste histórico, a metodologia também envolveu contato com a Pró-Reitoria de Ensino da UFV para levantar dados sobre a atividade na instituição e a realização de uma fundamentação sobre monitoria e sua inserção no contexto socioeconômico, político e pedagógico. Foi possível compreender que o método monitoral surgiu como uma das estratégias de atendimento a um grande número de crianças, numa tentativa de promover a universalização da instrução, em pouco tempo e sem muito dispêndio. A escola deveria se organizar para atender esta sociedade cada vez mais industrial e urbanizada, expandindo-se para suprir a demanda do capitalismo: trabalhadores preparados para processo de produção. A monitoria, neste contexto, foi instrumento da elite para dominar, pois enquanto ensino para massas, não permitia reflexões e sim repetições, com disciplina rígida. Tratando-se da monitoria no ensino superior brasileiro, esta se faz presente pela 1ª vez na legislação pela Lei nº 5.540/1968, que previa a criação da função de monitor. Posteriormente, com a LDB, no artigo 84º se afirma “os discentes da educação superior poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos”. Na UFV, a monitoria é regulamentada pela Resolução 5/2003/CEPE, que traz objetivos, pré-requisitos, atribuições e demais informações relevantes sobre monitores, além de ser citada também na Resolução 13/2016-CEPE. Ainda se referindo à UFV, no ano de 2017, constata-se: o Centro com maior número de monitores foi o de Ciências Exatas e com menor, o de Ciências Agrárias; o ano em que mais houve monitores foi em 2011, totalizando cerca de 460 monitores em toda a UFV-Viçosa. Diante dos estudos realizados, obteve-se como resultado uma reflexão e visão crítica sobre esta atividade que surgiu para diminuir gastos e ampliar atendimento e se transformou e ampliou, sendo hoje uma atividade importante dentro do contexto das Universidades. Atende, na UFV, um número considerável de estudantes,em 12 horas semanais, por monitor. A conclusão que podemos chegar, com os indícios apresentados pela literatura e dados, é que há um acolhimento dessa atividade pela instituição, o que merece ser aprofundado em estudos visando: compreender a relação entre número de monitores, ações governamentais e administração da UFV e explorar e compreender sua dimensão formativa, reflexiva e de aprendizagem da profissão pelos graduandos e demais profissionais nela envolvidos. Esse tem sido nosso investimento na pós-graduação. |