Resumo |
A principal causa de mortalidade mundial é a doença cardiovascular. A Pressão Arterial (PA) elevada e o sedentarismo são os principais fatores de risco cardiovasculares. O controle da PA está relacionado com mudanças do estilo de vida, as quais incluem o aumento da prática de exercícios físicos. As doenças cardiovasculares em pessoas com Síndrome de Down (SD), podem apresentar um risco de mortalidade dezesseis vezes maior, em relação a uma pessoa sem Síndrome de Down(SSD). A Síndrome de Down, esta é caracterizada por uma desordem genética, onde o par de cromossomo 21 possui um cromossomo extra, sendo essa condição nomeada “trissomia do 21”, acometendo 95% dos casos de Síndrome de Down. Apesar de existirem ajustes relacionados ao fluxo sanguíneo e questões relacionadas a regulação da PA, pouco se sabe sobre esses mecanismos em pessoas com SD, muito menos em situação de exercício. O objetivo do estudo foi avaliar a pressão arterial em indivíduos com Síndrome de Down durante o exercício físico agudo. A amostra consistiu em dois grupos, seis pessoas do sexo masculino acometidas de Síndrome de Down e seis pessoas do sexo masculino sem Síndrome de Down, residentes na cidade de Viçosa, com idades entre 18 a 40 anos. As coletas foram realizadas no Laboratório de Perfomance Humana – LAPEH, situado na UFV. Os grupos foram pareados por idade e área de superfície corporal. Os resultados do presente estudo revelaram que, não houve diferenças na Pressão Arterial Sistólica(PAS) e Pressão Arterial Média(PAM). A Pressão Arterial Diastólica( PAD) dos SD aumentou durante o exercício, diferente dos indivíduos SSD, os quais os valores se mantiveram inalterados durante o exercício. Esse aumento da PAD durante o exercício nos indivíduos SD pode sinalizar eventos fisiológicos como uma maior resistência vascular periférica, limitação do fluxo sanguíneo e a diminuição da vasodilatação periférica. A PAD é uma indicação da resistência vascular periférica, ou seja, a facilidade com que o sangue flui das arteríolas para dentro dos capilares. Uma situação onde ocorre uma alta resistência periférica, a pressão dentro das artérias após a sístole não diminui, continua elevada durante uma grande parte do ciclo cardíaco. A conseqüência é um aumento da PAD, como ocorreu com os indivíduos SD durante o exercício. A PAD reflete o mecanismo da vasodilatação dos músculos em atividade. A vasodilatação do músculo esquelético diminui a resistência periférica ao fluxo sanguíneo. Em virtude disso, o aumento da PAD durante o exercício prejudica a vasodilatação periférica, causando sua diminuição. Outro fato relatado pela literatura é o nível de óxido nítrico plasmático menor nos SD. O óxido nítrico (NO) é um dos mecanismos humorais de controle da PA. O NO é definido como fator relaxante e potente vasodilatador do endotélio. Através do presente estudo, pode-se concluir que a PA de pessoas com SD e SSD foi semelhante, porém houve diferença entre a PAD entre os grupos.Apoio:CAPES,FAPEMIG,CNPq |