Resumo |
O período de 1917 a 1920 foi marcado pelos movimentos grevistas no Brasil, sendo que esses eram liderados por imigrantes que lutavam por melhores condições de trabalho, melhores salários e garantias trabalhistas. Dessa forma, em um contexto precário e estafante de trabalho, surgiram as primeiras manifestações com influências socialistas e anarquistas, que lutavam pela derrubada do sistema capitalista e a criação de uma sociedade igualitária. Essas lutas resultaram na criação de associações sindicais e de jornais operários, que fomentavam ainda mais esses movimentos. Nesse contexto, o presente estudo aborda o jornal montes-clarense O Operário, datado, de acordo com a Biblioteca Nacional Digital, de 1932 a 1945, tendo em vista as pesquisas substanciais sobre o periódico. Além disso, entendemos e destacamos as transformações que o século XX apresenta tanto no sistema político quanto na forma do fazer jornalístico. Esse estudo teve como objetivo sistematizar uma compreensão da política, da educação, dos agentes sociais e até mesmo da economia montes-clarense acerca dos corpos noticiosos tendo em vista a época evidenciada. De natureza qualitativa, essa pesquisa é fruto de um dos métodos avaliativos da disciplina História da Imprensa no Brasil que versava consultar alguns jornais e compreender o contexto de época e as possíveis mudanças ocorridas nos mesmos. O que justifica a escolha por sistematizar o montes-clarense O Operário, está dado no fato de ser um dos mais defensores jornais de Minas a demarcar a luta pela classe proletária, o mesmo ano de análise dos números em que a Montes Claros fora emancipada e promulgadas leis trabalhistas no país, além das pesquisas escassas sobre o mesmo. A metodologia aplicada nesse estudo foi essencialmente a análise do discurso dos números 49 ao 57 do jornal, do ano de 1932, alternando entre um periódico sim e outro não, além de uma análise comparativa entre os próprios números pesquisados. Com a pesquisa, concluímos, por fim, que os jornais operários existentes tiveram grande importância para o firmamento de atividades civis e políticas em prol da classe proletária como acordos entre o Comitê da Defesa Proletária, governos e padrões, além de ajudarem a fomentar a resistência e a promulgação das leis trabalhistas (pensões de aposentadoria, jornada de oito horas, proteção do trabalho das mulheres etc). Ao final de nossa pesquisa, os resultados que obtivemos foi a compreensão da integridade e autonomia que esse jornalismo popular tinha em comparação com o jornalismo empresarial, o seu valor como documento que legitima a resistência e a contribuição social, histórica e política que os jornais operários tiveram para a consolidação das relações trabalhistas atual. |