Resumo |
Os estudos sobre o campo térmico ou o clima urbano, privilegiam os grandes centros urbanos no Brasil e no mundo. Contudo a expansão da mancha urbana das cidades de pequeno e médio porte tem aumentado a preocupação com a qualidade de vida e o conforto térmico da população urbana. Nesse sentido, no âmbito do Laboratório de Biogeografia e Climatologia da UFV, em 2006, o clima de Viçosa- MG começou a ser investigado afim de oferecer um grau de detalhamento capaz de possibilitar um melhor planejamento na gestão da cidade. Isto aparece de forma mais clara na paisagem através do uso e ocupação do solo decorrente da diferenciação de sua ocupação. Visando avaliar os impactos decorrentes dessa ocupação diferenciada no clima de uma cidade e investigar a configuração do campo térmico e sua relação com o sítio, como desenvolvimento de diferentes ambientes intra-urbanos, optou-se em estudar o município de Viçosa – MG. Este projeto é continuação dessa investigação cuja proposta inicial baseia-se no estudo e análise do clima urbano de Viçosa e tem como objetivo principal avaliar a configuração do campo térmico e sua relação com o meio urbano. Para tal, estão instalados ao longo das áreas urbanas e rurais do município, cerca de quatorze pontos de coleta de dados horários de temperatura e umidade relativa do ar através de abrigos meteorológicos confeccionados por integrantes do BIOCLIMA – UFV seguindo o modelo proposto pelo professor Carlos Henrique Jardim do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sendo usado para este projeto, dez desses abrigos para espacialização e análise dos dados. Dentro desses abrigos estão instalados dataloggers da marca HOBO, modelo U10-003, que registram e armazenam a temperatura e umidade relativa do ar a cada hora do dia e da noite. Além dos dados de temperatura e umidade, outros parâmetros foram observados para este projeto, sendo o Sky View Factor (SFV) e o elementos naturais e antrópicos da paisagem/uso e ocupação do solo. A análise do SVF consiste na relação entre a área exposta e a área coberta do céu sobre determinado ponto do espaço, demonstrando a relação entre a parcela obstruída e a parcela desobstruída da abóbada celeste. A grosso modo, o SVF faz a relação da parcela do céu que está livre para trocas energéticas e qual parcela está obstruída, seja por elementos naturais e/ou antrópicos. O seu valor varia de 0 a 1, ao passo que, quanto mais próximo de 0, maior a obstrução da abóbada celeste e quanto mais próximo de 1, menos a obstrução da mesma. Para análise do uso e ocupação do solo, foram analisados os elementos antrópicos, entendendo como tais, a morfologia urbana e os objetos urbanos contidos na paisagem, que através da composição e disposição influencia diretamente na conformação do campo térmico na mancha urbana. Como elementos naturais, entende-se como todos e quaisquer elementos da paisagem que não são de origem antrópica e sim da composição natural da paisagem viçosense. |