Resumo |
O Pessegueiro (Prunus persica) é uma espécie originalmente de clima temperado, mas tem sido cultivada nos mais variados ambientes. Na Zona da Mata Mineira, a cultura ainda apresenta pouca expressão, mas há grande potencial de mercado, devido ao período de colheita diferenciado em relação às outras regiões produtoras do país. Porém um problema da cultura neste ambiente é o surgimento de fluxos de crescimentos secundários dos ramos, o qual é muito alongado, gerando gasto de energia e competindo com a formação de gemas florais, que prejudica a produção de frutos. Esse estudo teve como objetivo mensurar o crescimento secundário dos ramos de pessegueiros cultivados na Zona da Mata Mineira. O experimento foi conduzido no pomar experimental da UFV no período de 21 de out. de 2017 a 23 de fev. de 2018. Foram utilizados pessegueiros das cultivares: Aurora 1, Joia 4, Campinas 1, Biuti, Minasul, 1588-3 e Real, todas com mais de 10 anos de idade, propagadas vegetativamente por enxertia, utilizando porta-enxerto Okinawa. Para as avaliações foram marcados cinco ramos por planta, em estágio inicial de crescimento vegetativo (ramo do ano). As avaliações de comprimento de ramo (cm) e número de folhas (uni) foram realizadas quinzenalmente até a entrada em dormência. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente ao acaso, com três plantas por cultivar, considerada as repetições (15 ramos por cultivar), no esquema fatorial 7 x 9 (variedades X datas de avaliação). Os dados foram submetidos à análise de variância e a análise estatística do comprimento dos ramos e do número de folhas não mostra a ocorrência de fluxos de crescimento secundários, independente da cultivar. É observado um crescimento contínuo do ramo e emissão de folhas até próximo a 21 de dezembro, evidenciando apenas a resposta das plantas quanto à maior temperatura e disponibilidade hídrica (período de chuvas) que favorecem um crescimento mais acentuado dos ramos. A partir dessa data observa-se a estagnação do crescimento de ramo, possivelmente devido à alteração do fotoperíodo por volta de 21 de dezembro (de acordo com o tamanho do ciclo da variedade e da percepção e resposta da planta), identificada como solstício de verão, quando o fotoperíodo começa a reduzir gradativamente, fazendo com que o pessegueiro, que possui hábito caducifólio, elimine gradativamente suas folhas para entrar em dormência. Observa-se então que ao atingir o número máximo de folhas e crescimento de ramo paralisado, inicia-se o processo de translocação dos componentes internos das folhas, para recomposição das reservas da planta, as quais serão utilizadas durante a dormência. Através das avaliações realizadas, não foi possível evidenciar a ocorrência de crescimento secundário nas cultivares de pessegueiro avaliadas, sendo que para sua identificação deve-se utilizar estudos de maior percepção como o da taxa de crescimento. |