Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 9710

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Biologia Vegetal
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro FAPEMIG, Outros
Primeiro autor Naira Valle de Castro
Orientador WAGNER LUIZ ARAUJO
Outros membros Allan Victor Martins Almeida, Jean Coutinho Oder, Marcelo Gomes Marçal Vieira Vaz
Título Prospecção molecular e química de microcistinas em cianobactérias
Resumo Cianobactérias são micro-organismos fotossintéticos oxigênicos pertencentes ao domínio Bacteria, e que apresentam distribuição cosmopolita na Terra. Cumpre mencionar que tais organismos são fontes de substâncias bioativas de diferentes classes químicas que apresentam ação citotóxica, antifúngica, antibacteriana e antiviral. Dessas substâncias, destacam-se as toxinas, que são prejudiciais aos humanos e animais, produzidas por diversos gêneros de cianobactérias e denominadas cianotoxinas. De acordo com seu efeito biológico essas toxinas são classificadas como hepatotoxinas, neurotoxinas, citotoxinas e dermatotoxinas. Dentre as hepatotoxinas destacam-se as microcistinas, heptapeptídeos cíclicos biossintetizados por via não-ribossômica. A prospecção de linhagens produtoras de microcistinas tem sido realizada, principalmente, em cianobactérias unicelulares e planctônicas, isoladas de ambientes de clima temperado e, assim, linhagens isoladas de ambientes tropicais e subtropicais têm sido sobremodo negligenciadas. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi realizar a prospecção, utilizando ferramentas moleculares e químicas, do potencial de produção de microcistinas em 63 linhagens de cianobactérias morfológica e ecologicamente distintas, pertencentes à Coleção de Cianobactérias e Microalgas da Universidade Federal de Viçosa (CCM-UFV). Três genes envolvidos na biossíntese de microcistinas foram investigados por PCR: mcyD, que codifica para uma Policetídeo Sintetase (PKS) modular, bem como mcyE e mcyG, que codificam para enzimas híbridas contendo módulos Peptídeo Sintetase Não-Ribossomal/Policetídeo Sintase (NRPS/PKS). Os produtos de PCR foram então submetidos à sequenciamento. A confirmação química da produção de microcistinas foi posteriormente avaliada por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (LC-MS). Das 63 linhagens investigadas, cinco (Nostoc spp. CCM-UFV010 e CCM-UFV019; Fischerella spp. CCM-UFV026 e CCM-UFV036; e Scytonema sp. CCM-UFV057) apresentaram resultados positivos para amplificação e sequenciamento dos genes avaliados, indicando potencial genético para a produção de microcistinas. Não obstante, três linhagens (CCM-UFV026, CCM-UFV036 e CCM-UFV057) tiveram a produção de microcistinas confirmada por LC-MS. Cumpre mencionar que esse é o terceiro relato de linhagens do gênero Fischerella produtoras de microcistinas no mundo, sendo o primeiro para o estado de Minas Gerais; ademais, esse é também o primeiro relato, no Brasil, de uma linhagem de Scytonema capaz de produzir esta toxina. Tomados em conjunto, os resultados obtidos evidenciam a importância da prospecção de microcistinas em linhagens de cianobactérias morfologicamente distintas e isoladas de diferentes regiões, possibilitando a descrição de novos gêneros produtores bem como de novas variantes desta toxina.
Palavras-chave Cianobactérias bentônicas, Cianotoxinas, NRPS/PKS
Forma de apresentação..... Painel
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