Resumo |
Ervas aromáticas podem ser consideradas alimentos com alegação de propriedade funcional, visto que desempenham ações benéficas, por conterem substâncias que atuam no organismo, modulando funções bioquímicas e fisiológicas. Os chás são ricos em compostos biologicamente ativos, que contribuem para a prevenção e o tratamento de várias doenças. Quando utilizadas como condimentos, as ervas aromáticas possuem a função de aumentar ou acrescentar sabor ao alimento, podendo, também, serem utilizadas com finalidade de conservação, devido as suas propriedades antimicrobianas e antioxidantes. Por se tratarem de bebidas universalmente aceitas, por serem as ervas estudadas comuns na população brasileira e considerando-se a escassez de estudos sobre as propriedades nutricionais e funcionais de chás, o presente estudo possuiu como objetivo investigar a ocorrência e concentração de carotenoides e vitamina C em alecrim (Rosmarinus officinalis), manjericão (Ocimum basilicum) e hortelã (Mentha arvensis L.) na forma in natura, desidratada, em infusão a quente e em água gelada. As ervas foram adquiridas em duas feiras locais da cidade de Viçosa, Minas Gerais, passaram por um processo de seleção das folhas, as quais foram lavadas em água corrente e homogeneizadas com auxílio de processador doméstico. A preparação dos chás foi realizada com um total de 2,0 g de amostra para 100 mL de água destilada, a 80°C para a infusão a quente e 7 a 10°C para a infusão em água gelada, sob agitação magnética durante 7,5 e 15 minutos respectivamente. As análises foram realizadas nas ervas frescas, desidratadas e nos chás sob infusão a quente e a frio. A avaliação das concentrações de vitamina C e carotenoides ocorreu por cromatografia líquida de alta eficiência, com detecção por arranjo de diodos (CLAE-DAD). A desidratação resultou em perdas de vitamina C nas três ervas e em perdas significativas de β-caroteno e luteína no alecrim (redução de 44,8% e de 54,62%, respectivamente). O manjericão e hortelã apresentaram maior concentração de β-caroteno em sua forma desidratada (18,83 mg/100g e 3,76 mg/100g respectivamente), já a luteína foi sensível a este processamento em ambas as ervas, com valores de retenção real de 4,6% e 11,8% respectivamente. Não foram observadas diferenças quanto às concentrações de β-caroteno, luteína e vitamina C nas infusões realizadas com água quente e com água gelada. Embora existam alegações funcionais e antioxidantes sobre os chás, no presente estudo, a bebida não se mostrou fonte de vitaminas A e C, sugerindo que os chás feitos a partir dessas ervas não é um diferencial para o consumo diário dessas vitaminas. A hortelã e o manjericão desidratados foram classificados como boa fonte de vitamina A. Dessa forma, o consumo das ervas e chás deve ser estimulado por possuir propriedades antioxidantes, mas sempre aliado a outras fontes de vitaminas. Apoio financeiro: Fapemig. |