Resumo |
A adolescência, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) é o período que se estende dos 10 aos 19 anos de idade e é caracterizada por alterações físicas, mentais e sociais. A alimentação é um fator essencial para o bom desenvolvimento dos adolescentes, isso inclui o estado nutricional. Nessa fase a necessidade de energia e nutrientes se torna ainda mais necessária. O hábito alimentar pode interferir negativamente na vida desses adolescentes provocando obesidade e outras doenças crônicas. O consumo de alimentos ultraprocessados vem sendo avaliado em pesquisas realizadas no mundo inteiro, e verificado que os adolescentes têm consumido alimentos com alto teor energético e pobre em nutrientes. Objetivou-se avaliar o estado nutricional e o consumo de alimentos ultraprocessados em adolescentes de um Colégio de Aplicação. A pesquisa foi realizada com adolescentes do primeiro ano de um Colégio de Aplicação nos anos de 2012 a 2017. Foram aferidas medidas de peso e altura para o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e este foi analisado de acordo com o sexo e idade utilizando o programa WHO AnthroPlus para a classificação do estado nutricional. Foram aplicados questionários para avaliar o consumo de embutidos, refrigerantes e sucos artificiais e verificou-se o consumo semanal destes alimentos de acordo com a seguinte frequência: menos que uma vez, uma a três vezes e quatro a sete vezes. Para analisar os dados foram elaborados tabelas e gráficos no programa Microsoft Office Word 2007. Avaliou-se as frequências absolutas (n) e relativas (%) de sexo, estado nutricional e alimentos ultraprocessados. Participaram 534 alunos, destes 50,4% (n=269) eram do sexo masculino. Em relação ao estado nutricional, observou-se que 3,9% (n=21) apresentaram baixo peso, 15,6% (n=83) excesso de peso e 80,5% (n=430) eutrofia. A maior prevalência de excesso de peso foi entre os adolescentes do sexo masculino (22,0%; n=59) em comparação com o sexo feminino (9,1%; n=24). Em relação ao consumo de alimentos ultraprocessados, 79,6% (n=425) consumiam embutidos e 40,1% (n=214) suco artificial ambos de uma a três vezes por semana e 48,5% (n=259) consumiam refrigerante pelo menos uma vez por semana. Concluiu-se que o percentual de adolescentes com excesso de peso representa uma preocupação com a saúde atual e para a vida adulta. Além disso, o consumo de alimentos ultraprocessados fez parte do hábito alimentar destes adolescentes, reforçando a importância da realização de atividades educativas no ambiente escolar que incentivem a alimentação saudável como forma de prevenção de doenças. |