Resumo |
O Parlamento Jovem de Minas é um programa de formação política, voltado aos estudantes do ensino médio dos municípios mineiros, que garante a oportunidade de conhecer melhor os processos de decisão e os instrumentos de participação no Poder Legislativo municipal e estadual. A cada ano, os jovens escolhem um tema de relevância social e vivenciam atividades de estudo, debates e deliberação que contribuem para sua formação política. Trabalhar o conceito de Educação Politica na escola, apresentado como uma dinâmica de trabalho em grupo, remete ao conceito de Praxis do Mundo (elaborado por Paulo Freire), onde a ação transformadora se faz pela reflexão e ação. O processo de educação envolve a consciência humana, pois só os seres humanos têm consciência de sua incompletude e por isso buscam compreender o mundo em que vivem. Mas, é na possibilidade de transformação que os seres humanos percebem a sua importância. Portanto é na educação problematizada que gera história que se humaniza a sociedade. Diante desses argumentos reforçam-se as demandas por educação política formal no país. Fomentar o interesse pela política é compromisso de uma nação que se pretende democrática. A desconfiança em relação ao Poder Legislativo é fato verificável em muitos países, há uma crise de representação, pois os cidadãos das democracias em diferentes níveis de desenvolvimento não se veem representados ou mesmo não consideram importante a manutenção deste poder que é um dos pilares da própria democracia. Essa carga de negatividade simbólica atribuída à política afeta diretamente às crianças, que assistem praticamente os mesmos conteúdos que os adultos. Pode-se constatar que, na sociedade brasileira, a política não faz parte de nosso processo educativo, porque não temos o letramento político como uma das funções básicas da escola, e daí a importância de viabilizar este tipo de programa, entendendo-se que a democracia precisa ser um discurso e ao mesmo tempo uma prática de todos nós, individual e coletivamente, e de forma que abranja todos os seguimentos das sociedade, assim como seja realizada em todos os momentos de seu cotidiano. A critica que deve ser feita a esta metodologia, apesar de sua aplicação ser muito bem pensada e efetiva para a sua serventia, é que se leva pouco em consideração a realidade do aluno de forma direta, dificultando talvez com que a construção do “País Imaginário”, acompanhasse as demandas sociais e culturais para a discussão mais democrática e até mesmo pratica do tema. Conclui-se que ações, tais como, a distribuição de materiais midiáticos, a formulação de relatos envolvendo a democracia e a politica pelos próprios alunos, e a instrumentalização destes alunos através de outras formulas deveria ter sido levada mais em consideração e traria maior enriquecimento à didática do trabalho. |