Resumo |
Com esta pesquisa, apoiada por bolsa PIBIC/CNPq, objetivou-se analisar as experiências didático-pedagógicas, curriculares e extracurriculares, as práticas pedagógicas inovadoras por meio de relatos das vivências dos intercambistas do programa Ciência sem Fronteiras – CsF, dos anos de 2014 e 2015. Foram selecionados, para a pesquisa, estudantes das áreas agrárias da Universidade Federal de Viçosa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com doze questões abertas, na qual participaram vinte cinco estudantes intercambistas. Os dados provenientes destas entrevistas foram tratados considerando os objetivos e metas definidos no Programa CsF, documentos referentes a estrutura curricular dos cursos de agrárias da UFV, políticas de internacionalização da UFV e brasileira e referências bibliográficas atualizadas. Mediante as entrevistas identificamos que a totalidade dos intercambistas relatam, dentre outros aspectos, uma grande diferença na carga horária das aulas, tendo maior número de práticas que teóricas como componente curricular e o maior acesso dos alunos e professores para tirar dúvidas. No âmbito cultural todos convergiram no sentido de valorizar as vivências em países estrangeiros como espaços formativo e ampliação da visão de mundo. Da mesma forma a experiência com a língua estrangeira não serviu apenas como desafio mas de mediação para o acesso a dimensões culturais e de aprendizagem somente captadas por aqueles que compartilharam dessas experiências. Em relação aos conhecimentos acessados pelos estudantes, estes relatam que foram conhecimentos mais pessoais do que acadêmicos. Diante dos resultados da pesquisa inferimos que experiências com as do CsF devem ser ampliadas para qualificar os estudantes de graduação com vivências em países estrangeiros; há limites no acesso a conhecimentos mais elaborados (C&TI), indicando que o tempo de vivência dos intercambistas foi curto; a aprendizagem de línguas estrangeiras, especialmente o inglês para melhorar o acesso dos estudantes de graduação à materiais e métodos, antes da realização dos intercâmbios; necessário também de avaliações e acompanhamento mais efetivos dos intercambistas do CsF, considerando os objetivos do programa; os projetos e programas de internacionalização já consolidados na UFV devem servir de parâmetros para o estabelecimento de metas e objetivos para futuras experiências de internacionalização para a graduação; finalizando, é possível observar que os maiores avanços dos intercambistas se deu no campo cultural, o que deve ser compreendido, de um lado como indicador de baixa internacionalização de estudantes de graduação e, de outro, como aprendizagem extracurricular aos processos formativos. |