Resumo |
Introdução: Existem diversos fatores apontados na literatura, que predispõem a glicemia instável em pacientes críticos. Contudo, verifica-se carência de estudos sobre a temática em pacientes críticos que auxiliam na construção e implementação de práticas baseadas em evidências científicas, visando a prevenção e manejo de complicações nessa população. Objetivo: Estimar incidência de glicemia instável, identificando os fatores de risco e estabelecer modelo de predição de risco em pacientes adultos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: Trata-se de um estudo de coorte prospectiva, realizado em uma UTI Adulto de março a julho de 2017, com acompanhamento diário dos pacientes da admissão, até alta/óbito/transferência. Realizou-se análise descritiva dos dados e a incidência e densidade de incidência de glicemia instável, hipoglicemia e hiperglicemia e fatores de risco foram determinados. Os dados coletados foram digitalizados no programa Epi Info (7.2.1) e após verificação da consistência dos dados foram exportados e analisados no programa Statistical Package for Social Sciente, versão 23. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (nº 62058816.4.0000.5153). Resultados: Amostra foi composta por 62 pacientes, com incidência de glicemia instável de 45,16%. Dentre os pacientes que apresentaram glicemia instável identificou-se incidência de hiperglicemia de 22,58% e de hipoglicemia 22,58%. Entre os pacientes 31 (50%) eram do sexo feminino e a maioria (40-64,52%) apresentava idade igual ou superior a 60 anos. Encontrou-se predominância de indivíduos da raça branca (44-70,97%), com diagnóstico médico à admissão de doenças do aparelho circulatório (20-32,26%). A maioria dos pacientes receberam alta (37-59,68%), seguido do óbito (22-35,48%). Resultados: dos 62 pacientes, 45,16% desenvolveram a glicemia instável, sendo que 22,58% apresentaram hipoglicemia e 22,58% hiperglicemia. As variáveis independentes que impactaram, de forma significativa e conjunta no tempo para ocorrência do desfecho foram: controle estrito da glicemia, tempo de permanência e ventilação mecânica. Conclusões: A manutenção da glicemia estável em pacientes críticos torna-se um grande desafio, visto que sua instabilidade é deletéria a saúde, levando a piores desfechos e os fatores de risco são procedimentos comuns em terapia intensiva. Verifica-se a necessidade de realização de novos estudos baseados em evidências, relacionados ao descontrole glicêmico em pacientes críticos, a fim de contribuir no planejamento do cuidado, bem como na qualidade da assistência segura ao paciente. |