Resumo |
O feijão-guandu (Cajanus cajan) é uma leguminosa arbustiva anual ou semi-perene exótica no Brasil. Se destaca por ser muito produtiva e possuir alto valor proteico, além de ser resistente em situações não favoráveis de clima e solo. Com suas características nutricionais e produtivas, o guandu apresenta potencial para substituir culturas que são tradicionalmente usadas como fonte proteica na alimentação animal e pode auxiliar na construção de um sistema de produção mais biodinâmico, na qual é essencial a integração animal-vegetal e rejeição do uso abusivo de insumos químicos. Foram realizados dois experimentos com feijão-guandu, na fazenda Boa Vista, distrito de Cachoeira de Santa Cruz, pertencente à Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa-MG. No primeiro experimento (dados de 1º ano), foi feito plantio em 01 de novembro de 2017 e corte em 07 de março de 2018 (4 meses; 1º corte), sendo 1 ou 2 sementes por cova no espaçamento de 0,2 m dentro da fileira e 1,0 m entre fileiras. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com dois tratamentos (número de sementes por cova) e oito repetições, com parcelas experimentais de 20 m², totalizando 320 m². No segundo experimento (dados do 2º e 3º ano), foi utilizada área de experimento realizado anteriormente com feijão-guandu sob dois tratamentos: sem adubação e com 15 t/ha de esterco bovino. Foram realizados cortes após dois anos de implantação da cultura, onde os cortes foram feitos a cada quatro meses após o início do período das águas (fevereiro e junho de 2017 e fevereiro de 2018). O delineamento experimental foi em quadrado latino, com dois tratamentos duplicados e quatro repetições. Após os cortes das plantas foram coletadas sub-amostras e obtidos os pesos frescos, que foram convertidos para massa verde (t/ha). Em seguida, as sub-amostras foram pré-secas, homogeneizadas, processadas, peneiradas e acondicionadas em potes plásticos. As análises da massa seca (MS) e proteína bruta (PB) foram realizadas segundo procedimentos descritos por Detmann et al. (2012). A produtividade do guandu foi de 32 e 40 t/ha de massa verde no primeiro corte do primeiro ano (1 e 2 sementes/cova, respectivamente); entretanto, aumentou muito no segundo ano, com valores de massa verde no primeiro corte (fevereiro) de 128 a 153 t/ha e no segundo corte (junho) de 32 a 40 t/ha, totalizando 160 a 193 t/ha (produção anual), sem e com esterco bovino, respectivamente. Ao terceiro ano o guandu produziu 74 a 137 t/ha no primeiro corte, sem e com esterco bovino, respectivamente. Houve também, nos dois anos, alta produção anual de proteína bruta (7,4 a 8,4 t/ha), sem e com esterco bovino, respectivamente. Para evitar perdas por mortalidade, o corte das plantas deve ser feito a pelo menos 50-60 cm acima da altura do solo. |