Resumo |
O presente trabalho visa apresentar a pesquisa vinculada ao grupo de estudos sobre Literatura e Sociedade do Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa. O grupo é focado no estudo de autores e obras literárias brasileiras produzidas a partir da década de 1930, como Lúcio Cardoso (1912-1968), Rachel de Queiroz (1910-2003), Clarice Lispector (1920-1977), entre outros. Lúcio Cardoso tem uma vasta e diversificada obra, composta por narrativa, poesia, teatro, artes plásticas, cinema, ensaios, e ficou mais conhecido pela obra Crônica da Casa Assassinada (1959). O escritor, ao se fixar no Rio de Janeiro, trabalhou como novelista do periódico Vamos Lêr!, lançado pelo jornal A Noite (RJ), e a partir da década de 1950, passou a colaborar diretamente com o referido jornal em uma coluna diária intitulada “O crime do dia”. Sua presença na imprensa foi constante, e é por isso que esse trabalho objetivou identificar esse aspecto no jornal A Noite, a fim de discutir a influência que sua presença na imprensa teve para a divulgação de sua obra. Para tanto, discutiremos a evolução da imprensa a partir de A História da Imprensa no Brasil, de Nelson Werneck Sodré (1966), a importância dos meios de comunicação como órgãos de poder e como divulgadores do campo literário, a partir A Economia das Trocas Simbólicas (2007), de Pierre Bourdieu, e de “A dinâmica do campo literário brasileiro” (1995), de Randal Johnson. Identificamos, por meio da Hemeroteca Digital, cerca de 223 ocorrências sobre o autor no periódico A Noite (RJ) entre 1940 e 1949, e cerca de 227 ocorrências na década seguinte. Ainda não concluímos a pesquisa, mas até o momento pudemos constatar que a imprensa deu lugar de destaque ao escritor, tanto por suas novelas e romances publicados, quanto por sua dramaturgia. Essa evidência, no entanto, não ultrapassou as décadas e o meio midiático, visto que a academia tem se dedicado pouco à pesquisa e à crítica desse escritor nos anos seguintes, levando a um apagamento de sua obra literária, como é possível visualizar no pouco que é dito sobre ele em textos da historiografia literária, como História da literatura brasileira (2004), de Luciana Picchio, e História concisa da literatura brasileira (1994), de Alfredo Bosi. |