Resumo |
Este estudo enfoca questões relativas à desigualdade e o mercado de trabalho e a relação desses temas com o futuro profissional de jovens e adolescentes que vivem em áreas menos favorecidas. A desigualdade social no Brasil é uma questão de ampla preocupação, que afeta os jovens na escolha do seu futuro profissional, agravada devido à falta de preparação e de experiência para ser inserido nesses âmbitos. Esta pesquisa foi realizada entre os meses de agosto de 2017 e julho de 2018 objetivando analisar as escolhas e intenções profissionais de jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica, atendidos pela organização sem fundos lucrativos denominada REBUSCA em Viçosa, estado de Minas Gerais, bem como averiguar os efeitos da desigualdade social na escolha de uma profissão. O estudo teve cunho qualitativo e utilizou-se questionários e observação participante como métodos de coleta de dados. Conclui-se que no que diz respeito ao desafio da escolha profissional, os jovens acreditam que escolher uma profissão é algo sério e, para a maioria, a escolha é única; portanto, ao escolher uma profissão, os jovens crêem que eles devem trabalhar naquela permanentemente. Grande parte dos entrevistados apresentou certo receio por ter que fazer a escolha profissional tendo, como principal motivo o temor por talvez não conseguir exercer a profissão desejada. O fator mais acentuado, em relação à vida após a escola durante as conversas, foi a necessidade, vista pelos jovens, de trabalhar e às vezes até mesmo trabalhar e estudar simultaneamente para ajudar os responsáveis e familiares que cuidam e zelam pelo adolescente. Em se tratando de desigualdade, percebeu-se, pelo material consultado, que embora exista um avanço naquela, muito ainda deve ser feito para que haja uma igualdade racial no Brasil. Deve existir uma igualdade de oportunidades, trabalho e salário como também uma igualdade e valorização da cultura do negro. Estas necessidades foram comprovadas pelo que foi visto e vivenciado na Rebusca. |