Resumo |
O estudo da dinâmica se baseia no crescimento, ingresso e mortalidade, e pode ser usado para avaliar o desenvolvimento de uma população arbórea. De modo geral, o ingresso, crescimento e mortalidade de indivíduos ocorrem em diferentes intensidades por diferentes fatores. O ingresso refere-se às árvores que atingiram um limite mínimo de diâmetro ao longo de um determinado período de tempo, como resultado de diferentes processos, e a mortalidade pode ser compreendida como o número de árvores que foram mensuradas vivas na primeira coleta de dados, e ausentes na segunda. Sendo assim, o objetivo foi avaliar a dinâmica na comunidade arbórea do campus-sede da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, durante um período de 4 anos. Inventário florestal tipo censo foi realizado, sendo todos os indivíduos, com no mínimo 5 centímetros de diâmetro à altura do peito (DAP) identificados botanicamente e analisados no ano de 2014 e 2018. A altura foi mensurada com hipsômetro Vertex Laser 5, e a CAP (circunferência à altura do peito) medida com fita métrica, e posteriormente convertida em DAP. No ano de 2014 foram mensurados 3.137 indivíduos, e as espécies mais frequentes foram: Licania tomentosa (Benth.) Fritsch (Oiti), Michelia champaca L. (Magnólia) e Archontophoenix alexandrae (F. Muell.) H. Wendl. & Drude (Palmeira-da-rainha) correspondendo a 16,7%, 10,2% e 7,1%, respectivamente. Após o segundo levantamento efetuado em 2018, onde foram mensurados 3.071 indivíduos, as mesmas espécies se destacavam quanto ao número de indivíduos, porém com menor frequência relativa para as duas primeiras, 15,2%, 9,2% e 7.2%, respectivamente. Verificou-se a existência de 94 indivíduos caracterizados como ingresso e 160, como mortos. As espécies que se destacaram quanto ao ingresso foram Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (Coco-babão), Callistemon viminalis (Sol. ex Gaertn) G. Don (Escova-de-garrafa-pendente) e Archontophoenix alexandrae (F. Muell.) H. Wendl. & Drude (Palmeira-da-rainha) com 11, 8 e 8 indivíduos, respectivamente. As espécies que mais foram identificadas com indivíduos mortos, foram: Murraya paniculata (L.) Jack (Murta-de-cheiro), Dypsis lutescens (H. Wendl.) Beentje & J. Dransf. (Areca-bambu), Bauhinia forficata Link (Pata-de-vaca) e Licania tomentosa (Benth.) Fritsch (Oiti) registrando 28, 10, 9 e 9 indivíduos, respectivamente. Os motivos que podem ter levado a morte dos indivíduos na área de estudo podem ser por morte natural, abate das árvores por risco de acidentes ou para novas construções e pela ocorrência de doenças. Os ingressos identificados se dão por plantio direto de mudas com a finalidade de substituir indivíduos senescentes, arborizar novas áreas do campus e também pela tradição da de se plantar uma árvore a cada turma de formandos. O campus-sede da UFV apresentou alterações na dinâmica no período avaliado, sendo a mortalidade maior que o ingresso, o que pode estar associado, principalmente à ação antrópica. |