Resumo |
O termo proteoma foi utilizado pela primeira vez em 1994 para designar o conjunto de proteínas expresso pelo genoma de uma célula em determinada situação fisiológica. Em diversa áreas, como na medicina e na indústria farmacêutica, os estudos proteômicos encontram-se avançados. Em plantas, os estudos sobre proteômica são mais recentes, mas com grande potencial de aplicação em pesquisas. Assim, a proteômica surge com o objetivo de contribuir para o entendimento global e integrado da biologia da célula, uma vez que muitas informações podem ser obtidas não apenas a partir de genes. Como as proteínas são os agentes responsáveis pelo fenótipo, torna-se limitado o estudo de mecanismos de doenças e efeitos do ambiente somente pelo estudo dos genes. As metodologias proteômicas atuais envolvem a análise funcional dos produtos gênicos, as quais incluem a identificação em larga escala de proteínas, localização celular e estudos de redes de interações entre proteínas. O avanço nas informações geradas pela proteômica funcional se deve ao desenvolvimento da eletroforese bidimensional e espectrometria de massa. Embora essas sejam as principais metodologias empregadas nos estudos proteômicos, é importante ressaltar o surgimento de novas metodologias, tais como a DIGE (Difference Gel Electrophoresis) e MudPIT (Multi-dimensional Protein Identification Tecnology). A estratégia utilizada em tais estudos consiste na avaliação comparativa de materiais genéticos contrastantes, pertencentes a uma mesma espécie, em situações de estresse. Os proteomas de genótipos tolerantes e suscetíveis submetidos a mesma condição de estresse são separados por eletroforese bidimensional, ou outra metodologia, e comparados por análises computacionais. Os resultados obtidos possibilitam a identificação de proteínas de interesse que respondem ao estresse através de uma expressão diferenciada, ou seja, por meio de alterações nos seus níveis de expressão. A identificação dessas proteínas diferencialmente expressas permite gerar informações para entender melhor os aspectos fundamentais da biologia das plantas e podem ser utilizadas nos programas de melhoramento genéticos de plantas. Para aplicação no melhoramento, é essencial que essas informações sejam cruzadas com os dados gerados por meio da genômica, transcriptômica e metabolômica, para dessa forma verificar a correlação dessas proteínas de interesse com a característica a qual se visa melhorar. Assim, após a análise dessas informações pode-se selecionar genes e marcas que poderão ser utilizados no melhoramento por meio da seleção assistida por marcadores moleculares (SAM) ou por transformação genética. |