Resumo |
Os transtornos alimentares (TA) são caracterizados por alterações no comportamento alimentar e geralmente inicia-se na infância ou na adolescência. Os estudos indicam maior prevalência nas mulheres, mas pode ocorrer em ambos os sexos, podendo a mídia contribuir para a ocorrência do TA. Além disso, o excesso de peso nos adolescentes vem aumentando, o que pode ocasionar risco para transtorno. Os tipos mais frequentes são Anorexia e Bulimia Nervosa. Objetivou-se avaliar a triagem para transtorno alimentar (EAT-26) e estado nutricional de adolescentes de um Colégio de Aplicação, segundo o sexo. Trata-se de um estudo transversal realizado com adolescentes de um colégio de aplicação dos anos de 2012 a 2017. Padronizou-se o banco de dados existente com as variáveis de interesse sexo, idade, estado nutricional avaliado pelo Índice de Massa Corporal (IMC) e a pontuação referente as 26 perguntas do questionário Eating Attitudes Test 26 (EAT-26) onde a pontuação acima de 20 é considerada risco para TA. As opções de respostas eram “nunca” ou “raramente” que equivale a 0, “às vezes” ou “frequentemente” igual a 1, “muito frequentemente” igual a 2, e “sempre” igual a 3 pontos. Calculou-se a média e o desvio padrão (dp) das variáveis do estudo. Este trabalho está vinculado ao projeto "Atendimento nutricional a adolescentes de um colégio de aplicação: ações educativas de promoção da saúde e prevenção de doenças" aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (1.852.326). Avaliou-se os dados de 565 adolescentes, sendo 51,86% (n=293) do sexo feminino. A média da idade foi de 16 anos (±1,22). Em relação ao estado nutricional verificou-se 3,01% (n=17) de baixo peso; 84,60% (n=478) eutróficos; 9,20% (n=52) sobrepeso e 3,19% (n=18) obesos. Identificou-se 11,86% (n=67) dos adolescentes com risco para TA, destes 83,58% (n=56) eram eutróficos, sendo 60,71% (n=34) do sexo feminino, triagem positiva e eutrófico. Ressalta-se a presença de risco de TA também no sexo masculino, sendo encontrados valores semelhantes ao da literatura, 35,8%. Conclui-se que a maioria dos adolescentes com risco para transtorno é do sexo feminino e eutrófico. Sendo assim, a triagem do TA deve ser avaliada em conjunto com o estado nutricional dos adolescentes, visando ações de prevenção. |