Resumo |
O presente trabalho se propõe a analisar discursivamente o novo posicionamento de marca da empresa de cosmética Avon. Tendo em vista que, em 2015, a companhia de cosméticos com foco em produtos para mulheres investiu em um novo posicionamento de marca e passou a incluir o empoderamento feminino em seu discurso institucional. De acordo com a agência contratada para fazer o reposicionamento da empresa aqui no Brasil, a Think Eva, a missão era colocar a Avon como pioneira na questão do empoderamento feminino no país. Seguindo, dessa maneira, uma tendência da indústria publicitária americana com o conceito Femvertising, léxico cunhado a partir da junção das palavras em inglês feminism (feminismo) e advertising (publicidade), que foi debatido pela primeira vez em junho de 2014, durante um evento sobre propaganda e publicidade nos Estados Unidos – o Advertising Week (Adweek). Atualmente, o termo tem sido difundido em mídias especializadas como o tipo de publicidade que não apenas incita a venda de um produto, mas também visa empoderar as mulheres. Como fruto dessa mudança, a marca lança a plataforma digital Beleza que faz sentido – o objeto de nossa análise nesse artigo – que representa a materialização do novo discurso institucional da empresa, bem como, um meio para hospedar os registros do lançamento da campanha. Por meio da perspectiva da Teoria Semiolinguística, de Patrick Charaudeau, buscamos compreender as estratégias discursivas mobilizadas pela marca no hotsite Beleza que faz sentido, criado para disponibilizar os conteúdos referentes a esse discurso de reposicionamento. Através da análise, pudemos constatar que a empresa fez uso de diferentes tipos de estratégias para captar e envolver o público, bem como para fazê-lo acreditar no novo discurso proposto por ela. Entretanto, percebemos que a estratégias de captação se destacaram, juntamente com as de credibilidade, o que acreditamos estar relacionado ao tipo de discurso (publicitário) e também ao tipo de mídia (um hotsite) que visa uma leitura mais rápida e para isso o conteúdo precisa captar e envolver mesmo o público. Contudo, também percebemos que apesar das aparentes tentativas de rupturas com padrões estabelecidos, ainda persistem espaços de manobras e manutenção dos mesmos. |