Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10813

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Ciências Agrárias
Setor Departamento de Solos
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Mateus Fernandes da Silva
Orientador LEONARDUS VERGUTZ
Outros membros Denison Queiroz Pogorzelski, Gabriel Grossi Pimentel
Título Eficiência agronômica de superfosfato triplo revestido com biocarvão
Resumo A produção de alimentos é altamente dependente da aplicação de fertilizantes fosfatados solúveis, como o superfosfato triplo. Consequentemente, a indústria de fertilizantes e a agricultura tornaram-se os maiores consumidores do recurso rocha fosfatada, o qual não é renovável. Como agravante, o setor agrícola apresenta pouca eficiência no uso do fósforo (P). Em outras palavras, a maior parte do P aplicado na forma de fertilizante não é recuperado pelas plantas, fica adsorvido ao solo e não chega ao prato da população. A baixa eficiência na adubação fosfatada é mais pronunciada em solos tropicais, devido ao elevado teor de argila, a natureza mineralogia e ao reduzido teor de matéria orgânica do solo. Essas características propiciam ao solo uma elevada capacidade de adsorção de P, reduzindo a disponibilidade deste nutriente às plantas. O uso de fertilizantes de liberação lenta (FLL) tem sido considerado uma estratégia promissora para melhorar a disponibilidade de nutrientes às plantas, minimizando perdas e potenciais impactos ambientais, além de melhorar a eficiência das adubações. Atualmente, os FLL são constituídos por polímeros sintéticos que aumentam o custo de produção. O biocarvão (BC) é um material com potencial para substituir os polímeros, devido possuir características físico-químicas interessantes, ao seu baixo custo e por ser uma tecnologia sustentável. Em estudo prévio foi sintetizado o superfosfato triplo (ST) revestidos com BC de eucalipto, aqui denominado organomineral. Em sistema de fluxo contínuo foi verificado que a taxa de liberação de P foi três vezes menor em relação ao fertilizante controle (ST). A fim de avaliar a eficiência agronômica do organomineral, um ensaio com plantas de milheto (60 dias) foi realizado no delineamento de blocos casualizados em esquema fatorial (2 × 2 × 5) com quatro repetições. Os fatores seguiram: dois solos (argiloso e arenoso), dois fertilizantes (ST e organomineral) e cinco doses de P (0; 20; 40; 80; 120 mg/dm3). As variáveis respostas foram a massa de matéria seca e o conteúdo de P nas plantas. Os dados coletados foram submetidos a análise da variância. Em resumo, a produtividade (p-value = p = 0,19) e o conteúdo de P acumulado nas plantas (p = 0,28) não diferiu entre os fertilizantes testados. Como era esperado, o P acumulado e a produtividade das plantas foram maiores no solo argiloso (p < 0,001), assim como, para as maiores doses de P (p < 0,001). Por outro lado, o desdobramento da interação (fertilizante × solo) demonstrou que o fertilizante organomineral quando aplicado em solo argiloso propicia maior recuperação de P pelas plantas (p= 0.013) quando comparado ao ST. Os resultados evidenciam que a redução da cinética de liberação de P permite melhor sincronia entre a demanda da planta e o suprimento fornecido pelo fertilizante organomineral, sobretudo em solos com maior capacidade tampão de P. Além disso, demonstra o potencial do biocarvão em tornar a agricultura tropical mais sustentável.
Palavras-chave adubação fosfatada, tecnologia de fertilizantes, fertilizante de liberação lenta.
Forma de apresentação..... Oral
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