Resumo |
O pescado é uma carne com grande demanda mundial1. Devido a sua fácil deterioração, é necessário o uso de agentes sanitizantes, sendo o cloro um dos mais utilizados. Sabe-se que o contato contínuo do pescado com cloro diminui a deterioração, no entanto, pode levar à formação de trialometanos (THMs), os quais são altamente tóxicos para os seres humanos, podendo aumentar os riscos de ocorrência de câncer2. Nesse sentido, se torna necessário o emprego de técnicas de degradação de THMs. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a degradação de resíduos de THMs em filés de tilápia, utilizando ozônio como agente de degradação. O procedimento experimental consistiu na adição de THMs em 20,0 gramas de amostra, com concentração final de 8 µg L-1, seguido de ozonização, sendo realizado um Planejamento Fatorial 22 com triplicata no Ponto Central, para avaliar as seguintes variáveis: concentração de ozônio (10, 18 e 28 mg L-1) e tempo de exposição do peixe ao ozônio (30, 45 e 60 minutos). O fluxo de ozônio (1,0 L min-1) e a concentração inicial de trialometanos (8 µg L-1) foram mantidos constante durante todos os experimentos. Para determinação dos resíduos de THMs nas amostras de filés de tilápia, empregou-se Microextração em Fase Sólida no Modo Headspace (HS/MEFS) e análise por Cromatografia Gasosa com Detector por Captura de Elétrons (CG/ECD), método previamente otimizado por Nelson e colaboradores (2017). Este método consiste em adicionar 2,00 gramas do pescado fortificado em frascos de vidro de 20 mL, equipados com tampa de PVC e septo de silicone, e transferidos para um banho termostatizado a uma temperatura previamente ajustada de 30 oC. A extração dos analitos se deu por processo de sorção, utilizando-se fibra de divinibenzeno-carboxen-polidimetilsiloxano-50/30 μm (DVB/CAR/PDMS-50/30 μm). A fibra foi inserida no frasco contendo a amostra e permaneceu exposta na fase gasosa por 15 minutos. Por fim, foi recolhida e imediatamente analisada. O método validado apresenta os seguintes parâmetros: limites de detecção (0,23 a 0,32 μg kg-1) e de quantificação (0,41 a 1,33 μg kg-1) com R2 = 0,977 e desvio padrão relativo e coeficiente de variação na faixa de 3,4 a 8,7% e de 4,0 a 6,3%, respectivamente. Todos os processos de ozonização estudados apresentaram porcentagem de degradação de trialometanos entre 35,9 e 50,2 %. Observou-se que em concentração de ozônio de 10 mg L-1 a porcentagem de degradação variou entre 35,9 e 43,5 % ao final dos experimentos. Em contrapartida, os experimentos realizados a 28 mg L-1 de ozônio apresentaram degradação entre 45,9 e 50,2 %. Sendo assim, a concentração elevada se mostrou mais eficiente na remoção destes compostos. O aumento do tempo de ozonização proporcionou aumento médio de 3,7 % na porcentagem de degradação, sendo pouco significativo para a remoção de THMs. Os experimentos realizados com 60 min e concentração de ozônio de 28 mg L-1 se mostrou o método mais eficaz, apresentado de 49,9 a 50,2 % de degradação. |