Resumo |
Este artigo se refere a um recorte da pesquisa que teve como objetivo compreender e analisar as ações que os docentes universitários constroem e desenvolvem diante dos “novos” perfis dos estudantes. Examinamos, em 168 questionários respondidos por docentes universitários de uma instituição pública do Estado de Minas Gerais, os desafios enfrentados por esses profissionais em relação ao “novo” perfil estudantil. Os dados foram explorados por meio da análise de conteúdo (BARDIN, 2011; MORAES, 1999). Explicitamos, no trabalho, categorias constituídas por meio da análise de conteúdo. Destacamos aqui: a formação básica dos estudantes universitários, as características desses estudantes universitários e as ações docentes frente a esses perfis. No que tange à formação básica dos estudantes universitários, verifica-se que os docentes sinalizam carências na formação desses estudantes, sobretudo, advindas da educação básica. Indicam, assim, a precária qualidade desse nível de ensino e defasagens de conceitos e conhecimentos considerados, pelos docentes, como pré-requisitos para que esses estudantes ingressem e acompanhem o curso nas instituições de educação superior. Já em relação às ações docentes, observamos que esses profissionais questionam as suas práticas didático-pedagógicas diante do novo perfil estudantil universitário demonstrando, nesse sentido, necessidade de estarem preparados para lidar com os desafios desses sujeitos de aprendizagem. Os docentes focam, principalmente, na necessidade de sua própria atualização e formação e em seu compromisso com o processo de ensino e de aprendizagem do estudante que se encontra em sua sala de aula. Ressaltamos, em consonância com Pimenta e Anastasiou (2014), que não se poder negar que todas as questões levantadas acerca do perfil estudantil constituem desafios a um trabalho docente de melhor qualidade. Não se pode negar, também, que seria mais fácil trabalhar com estudantes que já tivessem superado muitas das dificuldades que os atuais apresentam. No entanto, um ponto de partida fundamental do trabalho docente é o conhecimento do aluno universitário com o qual lidamos cotidianamente, para organização do projeto pedagógico institucional que o considere efetivamente. |