Resumo |
A pesquisa “Territorialidades femininas nas comunidades quilombolas da Zona da Mata Mineira: resistências epistêmicas”, apoiado pelo PIBIC-CNPq/2017,teve como objetivo, por meio da pesquisa,visibilizar e reconhecer a contribuição das mulheres quilombolas do Córrego do Meio, bem como suas organizações, no processo de produção de conhecimento para o fortalecimento e reconhecimento da comunidade quilombola e seu território situado no distrito de Airões no município de Paula Cândido – MG. Essa pesquisa é um desdobramento do Projeto PIBIC-CNPq/2016 “As múltiplasterritorialidades da cultura popular tradicional na Zona da Mata de Minas e diálogos interepistêmicos com a Geografia”, visto que, durante a pesquisa, foi notório o protagonismo das mulheres das comunidades quilombolas no processo de (re)construção das suas territorialidades nos espaços de organização política, tais como a Rede dos Saberes Quilombolas da Zona da Mata Mineira (Rede SAPOQUI) e o Fórum Mineiro de EntidadesNegras (Fomene). O presente trabalho justifica-se pelo reconhecimento da existência de grande diversidade de cultura e saberes gerados nas experiências das comunidades tradicionais, dos quilombolas, dos povos originários, em destaque as mulheres, como corpos produtores de conhecimentos historicamente invisibilizados e subalternizados nos espaços da produção do conhecimento científico. Neste sentido, a presente pesquisa possibilita diálogos interepistêmicos e tensionamentos entre as diversas epistemes femininas quilombolas e o conhecimento produzido no espaço acadêmico, considerando o contexto da ciência moderna. A metodologia da pesquisa consistiu na realização de trabalhos de campo na comunidade, em festividades organizadas pela Associação Quilombola do Córrego do Meio, predominantemente composta por mulheres, e na realização de entrevistas semiestruturadas para compreender o processo de constituição do território desta comunidade, suas territorialidades, observando as especificidades das mulheres do Território Quilombola Córrego do Meio. Espera-se, desta forma, ampliar as fronteiras de sentidos/significados dos conceitos-categorias geográficas que nos permitam diálogos (tensionados e/ou ressignificados) e mesmo encontros entre saber científico e saberes populares, no caso específico da presente proposta, saberes populares das mulheres quilombolas da Zona da Mata Mineira. |