Resumo |
Introdução: Níveis elevados de pressão arterial (PA) representam o principal fator de risco cardiovascular. Desse modo, a caracterização da PA e dos mecanismos envolvidos na sua elevação é de extrema relevância, particularmente porque podem ser um alvo importante de políticas públicas de saúde. Objetivos: Caracterizar a PA e os fatores sociodemográficos, comportamentais, antropométricos e clínicos associados entre sujeitos com risco cardiometabólico. Material e métodos: Tratou-se de um estudo transversal, realizado com pacientes atendidos pelo Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular da Universidade Federal de Viçosa - PROCARDIO-UFV (ReBEC Id: RBR-5n4y2g). Os critérios de inclusão foram: ter idade igual ou superior a 20 anos, ser servidor/dependente ou estudante da UFV e apresentar uma ou mais alterações metabólicas. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFV (Of. Ref. nº 066/2012). Foram coletadas informações socioeconômicas e comportamentais através de questionário e realizada avaliação antropométrica e clínica no momento da primeira consulta no PROCARDIO-UFV. As análises estatísticas foram realizadas no SPSS v. 24.0, considerando valor de α ≤ 5%. Resultados: Participaram do estudo 280 pacientes (156 mulheres), com idade entre 18 a 80 anos (43,4 ± 16,9 anos). A maior parte dos pacientes possuía ensino superior completo (37,2%) e eram servidores (35,6%) ou estudantes (39,6%) da UFV. A prevalência de excesso de peso foi de 77,1% e as médias de perímetro da cintura (PC) e de percentual de gordura corporal (GC) foram 97,8 cm (± 14,2) e 30,9 % (± 7,9), respectivamente. Os níveis médios de PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram, consecutivamente, 125,5(±16,9) e 80,6 (±10,8) mmHg. Os valores de PAS e PAD foram significativamente maiores entre os mais velhos e entre fumantes e ex-fumantes. Também foi observada maior PAS entre indivíduos com diabetes tipo 2 (DM2) (129,5 vs 124,5 mmHg, p = 0,008), com excesso de peso (128,1 vs 116,7 mmHg, p < 0,001), com excesso de GC (129 vs 120,8 mmHg naqueles, p < 0,001) e com PC aumentado (127,6 vs 113,9 mmHg naqueles com PC normal; p < 0,001), comparados aos não doentes. Com relação à PAD, maiores valores foram também observados entre indivíduos com excesso de peso (82,2 vs 75,2 mmHg, p < 0,001) e de GC (82 vs 77,8 mmHg, p = 0,002) e com PC aumentado (81,8 vs 74,1 mmHg, p < 0,001), comparados aos não doentes. Conclusões: Entre os indíviduos com risco cardiometabólico, os níveis pressóricos foram elevados, como esperado, e fatores de risco para hipertensão como idade, excesso de adiposidade, tabagismo e DM2, foram de fato apresentados. |