Resumo |
Nas aplicações de defensivos agrícolas a deriva das gotas é um problema recorrente e indesejado, visto que aumenta o custo de produção e pode gerar danos socioambientais e econômicos, prejudicando a população e o meio ambiente. Os principais fatores que provocam o fenômeno da deriva são: o diâmetro/peso das gotas, temperatura, umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento, a técnica de aplicação e a distância da qual a calda é aplicada. No intuito de diminuir o prejuízo em todos os aspectos, é interessante considerar o ajuste da pressão do pulverizador, juntamente com o uso da ponta adequada para cada finalidade. Nesse sentido, este trabalho buscou estimar a deriva sofrida pelas gotas durante a pulverização, relacionando algumas variáveis físicas e atmosféricas citadas acima, por meio do uso de um software que utiliza modelos matemáticos. Foi mantida constante, a distância de aplicação e a pressão do sistema. Caracterizou-se a distribuição de diâmetro das gotas para as pontas Jacto, tipo leque, modelo JSF, verde (110015), azul (11003) e marrom (11005), que consistiu em realizar quatro repetições de pulverização por ponta à 300 kPa, sendo suas vazões médias, respectivamente, 0,520; 1,039; 1,750 L min -1; foi feito com o auxílio do analisador de partículas Spraytec da marca Malvern Panalytical. De posse desses dados e em conjunto às informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), sobre as médias da umidade relativa do ar (U), da temperatura (T) e velocidade do vento (Vv) referentes às estações do ano de 2017. Utilizou-se o programa Driftsim, específico para avaliação do risco de deriva a partir da forma de pulverização e das condições climáticas do ambiente, para simular a deriva sofrida pela gotas, no verão (U = 74,2% ; T = 24,4 0C; Vv = 1,4 m s -1;) no inverno (U = 68,4% ; T = 18,5 0C; Vv = 1,2 m s -1;), na primavera (U = 68,3% ; T = 23 0C; Vv = 1,7 m s -1;), e no outono (U = 76,5% ; T = 20,5 0C; Vv = 1,02 m s -1). A distância de aplicação foi de 0,50 metros. Após análises estatísticas das variáveis provenientes dos resultados do Driftsim, obteve-se a deriva média estimada em função da classe de tamanho, para as pontas e para as estações. Foi observado, para as pontas, que as gotas com tamanho entre 20 – 163 µm, o intervalo total estudado, sofrem maior deriva quando se trata da ponta de menor vazão, no caso, a de cor verde, e, quando observamos em função das estações do ano, o fenômeno é maior no verão para a classe de tamanho entre 20 – 59 µm e maior na primavera entre 60 – 98 µm, ficando estatisticamente igual para todas estações para tamanhos entre 99 – 163 µm. Esse comportamento é explicado pela relação da alta temperatura com as demais condições atmosféricas, no caso do verão comparado às outras estações, e para a primavera isso ocorre devido à relação da baixa umidade, temperatura elevada e maior velocidade do vento, capacitando ao clima provocar a deriva em gotas de maior diâmetro. |