Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10720

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Isabel Theresa de Holanda Freitas
Orientador RODRIGO SIQUEIRA BATISTA
Outros membros Marli do Carmo Cupertino, Taciana de Souza Bayão
Título Tripanossomíase Humana Africana (doença do sono): situação epidemiológica e desafios para o controle
Resumo INTRODUÇÃO: A tripanossomíase humana africana (THA) – conhecida como Doença do Sono – é uma moléstia parasitária endêmica da África, que se encontra no rol das doenças tropicais negligenciadas (DTN). Trata-se de condição mórbida provocada por subespécies do protozoário Trypanosoma brucei (T. b. gambiense e T. b. rhodesiense), transmitida por artrópodes do gênero Glossina (moscas tsé-tsé). Epidemias da THA cursam com altas taxas de letalidade e, em caso de diagnóstico tardio e/ou ausência de tratamento, costumam sobrevir acometimentos neuropsiquiátricos, os quais levam ao óbito. OBJETIVOS: Descrever os aspectos epidemiológicos atuais da THA e discutir os desafios para seu controle. MÉTODOS: Revisão da literatura, dos últimos 20 anos, nas bases Pubmed e UpToDate, com os termos: “African Human Trypanosomiasis” e “Sleeping Sickness Disease”. Do total de 2600 citações, foram selecionados 20 artigos, os quais enfocavam o cenário atual da moléstia e as principais estratégias de controle. Foram também analisados dados estatísticos, públicos, disponíveis no site da Organização Mundial de Saúde (OMS). RESULTADOS E DISCUSSÃO: A infecção por T. b. rhodesiense é responsável por 2% dos casos, tem curto período de incubação e evolução aguda, sendo mais letal que a infecção por T. b. gambiense, a qual pode evoluir por meses e cuja terapêutica apresenta melhores resultados, devido à maior sensibilidade aos fármacos. Em série histórica de THA, entre 1997 a 2016, observa-se uma redução de 91% de casos pela subespécie T. brucei rhodesiense e 94% pelo T. brucei gambiense, por conta das medidas de prevenção e controle, com destaque para: (a) educação em saúde; (b) captação, diagnóstico e tratamento precoce dos indivíduos infectados; e (c) controle do vetor. Estudos atuais investigam o desenvolvimento de um novo fármaco, o fexinidazol, com promessa de menor custo, maior potência e redução de efeitos adversos; tratam-se de aspectos importantes, pois o tratamento adequado reduz a transmissão da doença. Em relação ao vetor, pesquisas sobre sequenciamento genômico da mosca tsé-tsé poderão facilitar o controle biológico, por redução da densidade vetorial. Os desafios dessas medidas são o alto custo e a necessidade de constância no processo. Em fase experimental, encontra-se a manipulação genética de bactérias do gênero Wolbachia, simbiontes do vetor, a fim de produzir composto tripanocida, o qual torne o inseto resistente à infecção pelo T. brucei. CONCLUSÃO: A THA é uma enfermidade grave que exige diagnóstico e terapêutica precoces. Devido às instabilidades sociais de países africanos da área endêmica – obstáculo às ações de vigilância em saúde –, o quadro epidemiológico atual não é exato, mas sabe-se que houve drástica redução na incidência da doença.

AGRADECIMENTOS: Os autores são gratos ao CNPq, ao PROAPP/FADIP e à UFV pelo suporte financeiro.
Palavras-chave Epidemiologia, Tripanossomíase Humana Africana, Trypanosoma brucei.
Forma de apresentação..... Oral
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