Resumo |
A proposição desse trabalho ocorreu a partir das reflexões inciais que culminarão na proposta do meu doutoramento que trata da investigação sobre a Formação Inicial de Professores para a Educação Infantil. Essas primeiras reflexões iniciaram nas disciplinas que cursei no 1º período do doutorado no Programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora – PPGE/UFJF e também com minha participação no grupo de pesquisa – LICEDH: Linguagem, cultura, educação e desenvolvimento humano. As disciplinas, Infância e Educação, Teoria Histórico-Cultural e as atividades orientadas durante minha participação no LICEDH – foram cruciais para o processo de repensar a pequisa nesse momento inicial. As discussões sobre “Infância e Educação” perpassaram por reflexões relativas à filosofia da infância, sociologia da infância e pesquisas com crianças em incursões teóricas nas quais os autores dialogam, em convergência, sobre as infâncias em sua multiplicidade de sentidos, como “o/um outro” inacabado que nos interroga dia a dia. Compreender qual é o lugar da infância na vida humana, sua singularidade, sua pluralidade, sua temporalidade, é a intencionalide dos autores tanto da filosofia, quanto da sociologia da infância. Larrosa (1998) afirma que “a infância é o outro”, é o que inquieta a segurança dos nossos saberes e questiona o poder de nossas práticas. Skliar (2011) em seu artigo “Conversar e Conviver com os Desconhecidos...” me fez refletir sobre minha relação com a pesquisa, bem como com os “outros” que farão parte da pesquisa. Esses “outros” que para mim ainda são os “desconhecidos”, mas que, a possibilidade de “conviver” e “conversar” será imprescindível no processo da minha construção enquanto pesquisadora. Embora as discussões sobre infâncias, conceito devir-criança, infância como “algo outro”, “entre-tempos” e “entre-lugares da infância” e a complexidade do fazer “pesquisas com crianças” não aparecerem explicitamente na proposta de pesquisa, acreditamos que esses temas atravessarão o percusso da pesquisa, uma vez que, compreender o processo de formação inicial de professores da educação infantil envolve, em nossa reflexão, esses saberes que serão necessários para a constituição do ser professor de bebês e crianças pequenas. No aprofundamento da teoria histórico-cultural, alguns conceitos como o de “vivência”, de “unidade”, de “totalidade” e “zona de desenvolvimento iminente” serão indispensáveis para a compreensão do processo de formação desse professor na sua “singularidade”. Não basta uma gama de conteúdos teóricos-práticos sobre a criança e sim conteúdos teóricos-práticos que façam “sentido” ao professor durante sua formação inicial. Entendemos isso como um grande desafio no percurso dessa formação. E por fim, as discussões que emergiram no LICEDH a partir do livro “Sociologia da Infância no Brasil” bem como as discussões já apresentadas está desencadeando um repensar do percurso de pesquisa proposto. |