Resumo |
O farelo de trigo pode ser uma alternativa eficiente em suplementos para bezerros, devido a suas caraterísticas nutricionais e podendo diminuir o custo de produção. Sua proteína tem alta degradabilidade ruminal e possui baixo teor de amido quando comparado a outros grãos, o que pode beneficiar os animais que recebem em sua dieta principalmente forragem de baixa qualidade. Objetivou-se com esse trabalho avaliar os efeitos da substituição do farelo de soja e milho pelo farelo de trigo e ureia na suplementação de bezerros de corte lactentes em pastejo sobre o consumo e digestibilidade. O experimento foi realizado no setor de bovinocultura de corte DZO/UFV, com duração de 140 dias. Foram utilizados 52 bezerros Nelore com idade inicial de 87±4,95 dias e peso inicial médio de 111,3±5,98 kg, distribuídos aleatoriamente entre os tratamentos que consistiram de uma progressiva substituição do farole de soja e milho por farelo de trigo e ureia (0, 50 e 100%), e um grupo controle apenas com mistura mineral Os suplementos foram formulados para conter 200g PB/kg MS, sendo fornecidos diariamente na quantidade de 7g/kg de PC por creep feeding. Para todos os procedimentos estatísticos foi utilizado o PROC MIXED do SAS, adotando-se α = 0,10 como nível crítico para probabilidade de ocorrência do erro tipo II. A análise qualitativa do pasto foi realizada via simulação manual de pastejo a cada 14 dias. No 70º dia foi realizado um ensaio de consumo e digestibilidade. Foram realizadas coletas de amostras “spot” de urina para avaliação da produção da proteína microbiana e as vacas foram ordenhadas no 85º dia do experimento. O consumo de MS, MO, PB, NDT, CNF, MOD e a relação PB:MOD foi maior para os animais que receberam suplementação quando comparados aos não suplementados. Observou-se efeito linear decrescente com a substituição do farelo de soja e milho pelo farelo de trigo e ureia para os consumos de CNF e MOD, já para os consumos de FDNi (kg/dia e g/kg PC), FDNcp (g/kg PC) e relação PB:MOD foi observado efeito linear crescente com o aumento do farelo de trigo e ureia (P < 0,10). Para os consumos de MSF, matéria seca do leite (MSL), FDNcp (kg/dia) e fibra em detergente neutro digerida (FDND) não houve diferença entre os tratamentos. A digestibilidade de CNF foi maior para os animais que receberam suplemento, e observou-se resposta linear decrescente para a digestibilidade de MS, MO, CNF, e MOD com a substituição (P < 0,10). Observou-se reposta quadrática na digestibilidade FDNcp (P < 0,10) apresentando os maiores valores no tratamento com 0% de substituição do farelo de soja e milho. Não observou diferença entre os tratamentos para síntese ruminal de compostos nitrogenados, relação síntese ruminal de compostos nitrogenados: nitrogênio consumido e eficiência microbiana (EMic; P > 0,10). Portanto, a substituição do farelo de soja e milho pelo farelo de trigo e ureia na suplementação de bezerros lactentes em pastejo altera o consumo e digestibilidade dos alimentos. |