Resumo |
A disponibilidade de água em quantidade e qualidade representa um dos principais desafios para a sociedade atual, tornando-se necessária a busca pela otimização dos processos produtivos e redução do consumo. O gerenciamento adequado do consumo de água viabiliza a redução de desperdícios e despesas. A UFV, que está inserida em uma região que apresenta ao longo dos últimos anos diminuições das vazões mínimas de seu manancial, não foge a esta lógica. A UFV possui, atualmente, 3 restaurantes universitários (RUs) que são responsáveis por um elevado consumo de água, o que torna importante a avaliação do seu consumo para a adequada gestão da água no campus. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar o consumo de água dos 3 RUs da UFV, analisando a influência das diferentes tecnologias produtivas e tipos distintos de administração (pública/direta ou privada/terceirizada). Foram comparados os consumos médios semanais de água pelo número de refeições servidas em cada restaurante. Na tentativa de compatibilizar diferentes tipos de refeições (café da manhã, almoço, jantar e lanche), foram conformados dois cenários, no primeiro, considerou-se que o gasto de água no preparo do café da manhã e lanches é os mesmo gasto nas demais refeições, no segundo considerou-se que o gasto de água com o preparo do café da manhã e lanche é metade do gasto com as demais refeições. Em todos os restaurantes universitários foram verificados valores de consumo por refeição abaixo dos referenciados em literatura, o que é um bom indicativo da adoção de boas práticas nestes restaurantes. Ao contrário do esperado, o restaurante com maquinário mais novo apresentou a maior média de consumo por refeição (16,4 L/refeição), o que pode ter relação com o baixo número de refeições servidas neste restaurante e a consequente deseconomia de escala. Já quanto às distintas formas de administração, não houve diferença significativa, com valores entre 8,3 e 8,9 L/refeição para o RU1 sob diferentes formas de administração no cenário 1. Para o cenário 2, tampouco houve diferença significativa, tanto entre as diferentes administrações, quanto para os diferentes cenários. Os valores do RU1 no cenário 2 foram de 9,4 e 9,8 L/refeição, para administração pública/direta e privada/terceirizada, respectivamente. Conclui-se que, mesmo com consumo total próximo a 7% do total consumido no campus, os restaurantes universitários da UFV apresentam boas práticas de consumo de água ao compararmos com o referenciado em literatura. Não foram verificadas diferenças significativas no consumo de água das diferentes formas de administração. Porém, o restaurante com maquinário mais novo merece estudo detalhado de suas práticas operacionais, pois apresentou consumo da ordem de 2 vezes mais elevado que os demais. Contudo, o presente trabalho serve como base para ações de racionalização do consumo de água no campus, desmistificando algumas questões e apresenta dados importantes para estudos futuros, dentro e fora da UFV. |