Resumo |
O ácaro-rajado, Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae), é reconhecido como a principal praga da cultura do morango (Fragaria x ananassa Duch.). O controle químico é o principal método de controle desta praga em cultivos convencionais. Contudo, seu uso vem sofrendo restrições devido à perda de eficiência dos acaricidas hoje disponíveis no mercado, dificuldade em respeitar o período de carência e pela toxicidade dos produtos utilizados, além da crescente exigência dos consumidores por um alimento com menor uso de agrotóxicos. Nesse contexto, uma das alternativas para o controle de T. urticae é o controle biológico, principalmente por meio da liberação de ácaros predadores. A liberação simultânea de duas espécies de ácaros predadores tem melhorado o desempenho de controle de ácaros pragas em diversas culturas. De forma geral, nesta técnica são utilizadas espécies com características alimentares distintas, generalistas e especialistas, visando compensar e/ou complementar alguma deficiência apresentada por um dos agentes utilizados. No entanto, são escassos os trabalhos que avaliam a liberação combinada de ácaros predadores para o controle de T. urticae na cultura do morango. Em função disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a eficiência da liberação combinada de duas espécies de predadores, Phytoseiulus macropilis (Banks) e Neoseiulus californicus (McGregor), no controle de T. urticae. Para isso, plantas de morango foram infestadas com 50 fêmeas de T. urticae e mantidas em casa de vegetação dentro de gaiolas de tecido organza. Sete dias após a infestação com T. urticae, foram liberadas quatro fêmeas acasaladas dos ácaros predadores por planta, respeitando os seguintes tratamentos: a) N. californicus; b) P. macropilis; c) N. californicus + P. macropilis; e d) controle (sem predador). Após a liberação dos predadores, foram feitas avaliações a cada sete dias de forma destrutiva, contabilizando os diferentes estágios de desenvolvimento (ovos e formas móveis) tanto da praga como dos predadores. Os resultados demostraram que a liberação combinada retardou a supressão da população de T. urticae em relação à liberação individualizada de qualquer uma das espécies predadoras. A população praga foi controlada aos 21 e 28 dias após as liberações individualizada e combinada dos predadores, respectivamente. São necessários mais estudos para quantificar se o maior período de tempo necessário para controlar a população de T. urticae reflete significativamente na produção das plantas em relação à liberação individualizada. Sendo assim, os resultados indicam não haver benefícios em primeiro momento da liberação combinada de P. macropilis ou N. californicus para o controle de T. urticae em plantas de morango. |