Resumo |
O conhecimento da disponibilidade hídrica é de fundamental importância uma vez que a relação entre oferta e demanda deve ser balanceada, de forma a não comprometer as características naturais da hidrografia. E, normalmente, é obtido por meio das séries históricas de vazão nas estações fluviométricas. Entretanto, além das estações não cobrirem todos os trechos da hidrografia, em muitas regiões elas apresentam baixa densidade e má distribuição espacial e/ou apresentam problemas de operação. Assim, para suprir a necessidade de informações, utiliza-se a regionalização de vazões. Essa é uma técnica eficiente no planejamento e gestão dos recursos hídricos, sobretudo nas regiões onde já se evidenciam conflitos pelo uso da água, uma vez que permite a obtenção de variáveis hidrológicas como vazões máximas, médias de longo termo e mínimas ao longo da hidrografia, de acordo com a necessidade dos órgãos administrativos dos recursos hídricos. O trabalho teve como objetivo realizar estudo de regionalização da vazão média de longa duração (Qmld) e das vazões mínimas (Q95, Q90 e Q7,10) para a bacia do rio Paranaíba. A técnica de regionalização utilizada foi a baseada em regressões regionais a qual requer a divisão da bacia em regiões hidrologicamente homogêneas (RHH), para isso aplicou-se a análise de cluster. Foram testados os modelos de regressão potencial e linear. As variáveis dependentes utilizadas foram a vazão média de longa duração (Qmld) e as vazões mínima de referência para outorga para os rios de dominialidades da União (Q95) e dos estados nos quais a bacia está inserida Minas Gerais (Q7,10), Goiás (Q95) e Mato Grosso do Sul (Q90). As variáveis independentes foram a área de drenagem, a precipitação convertida na vazão equivalente ao volume precipitado (Peq) e a precipitação menos um fator de abstração correspondente a 750 mm (Peq750). A análise de cluster juntamente com a avaliação da distribuição espacial das estações fluviométricas agrupadas resultou na divisão da bacia em quatro regiões hidrologicamente homogêneas. Observou-se que o modelo potencial apresentou melhores resultados e a variável explicativa Peq750 apresentou maior desempenho físico e estatístico para três das regiões. |