Resumo |
Introdução: O treino resistido em indivíduos com lesão medular visa o fortalecimento dos músculos dos membros superiores e tronco, a fim de possibilitar uma maior funcionalidade para o praticante. Comumente ocorre uma elevada taxa de sedentarismo nestes indivíduos, devido ao trauma ocorrido, e essa transição para a vida ativa trás diversos benefícios, tanto físico, quanto psicológico e motor. Objetivo: Comparar e analisar a resistência muscular entre indivíduos pré-treinados e sedentários submetidos ao treinamento resistido. Principais ações: Os treinos foram realizados no Projeto Fortalecer, do departamento de Educação Física, da Universidade Federal de Viçosa – UFV. Este projeto disponibiliza, de forma gratuita, treino resistido para indivíduos que apresentam lesão medular. Foram aplicadas três sessões semanais, durante 12 semanas, de treinamento resistido em quatro participantes, sendo dois ativos (já incluídos no Projeto Fortalecer) e dois sedentários (não praticavam nenhum exercício físico), com duração média de uma hora por treino. O treinamento foi estruturado por bolsistas, em reuniões semanais e apresentavam, em média, cerca de seis exercícios para cada, com uma intensidade autorregulada. Foram aplicados quatro testes pré e pós-treinamento: o primeiro, Teste de Wingate nos membros superiores, onde os indivíduos utilizavam um pedal com as mãos, a fim de obter variáveis como potência média; o segundo, Teste de Medicine Ball, onde os praticantes teriam de lançar uma bola com 2 kg o mais longe possível, a fim de obter a força explosiva dos membros superiores; o terceiro, Teste Zigue-Zague, onde os alunos teriam de percorrer um circuito em formato de 8, em menor tempo; e o quarto, Teste do Dinamômetro de mão, onde foi mensurado a força de preensão manual dos praticantes. Resultados: A partir da comparação de dados, percebemos que nos testes de Medicine Ball o grupo de ativos apresentaram 2,7% de progresso, enquanto os sedentários 5,1%. No teste Zigue-Zague os ativos apresentaram 10,5% na melhoria do tempo, enquanto os sedentários apresentaram 11,1%. No teste do Dinamômetro, o grupo de ativos obteve 4,7% de aumento da preensão manual, enquanto os sedentários apresentaram 12,1%. No teste de Wingate, as diferenças maiores foram no grupo de ativos; cerca de 21,8% apresentaram aumento na potência média, enquanto os sedentários apenas 5,5%; e na potencia média relativa o grupo de ativos obteve um progresso de 25%, quando comparado aos sedentários com 6,1%. Conclusão: Podemos concluir que o grupo de sedentários teve maior progresso durante um período de treinamento de resistência muscular, quando comparados a um grupo de indivíduos ativos. Essa diferença já era esperada, visto que alunos ativos tendem a manter seus resultados após um período de treinamento e que alunos sedentários apresentam resultados satisfatórios logo que inseridos no exercício físico, devido a adaptações neurológicas ou coordenativas do seu corpo. |