Resumo |
A memória advém da conexão de uma série de redes de neurônios codificados, e essa capacidade é de extrema importância para todas as espécies. A memorização em equinos tem sido fonte de grande interesse em pesquisas, na tentativa de se compreender melhor como esse mecanismo funciona nesses animais. Nesse sentido, o presente estudo buscou avaliar a capacidade de memorização da localização de alimentos e se havia diferenças nessa habilidade entre diferentes raças equinas (Mangalarga Marchador e Bretão). O experimento foi realizado no mês de junho na UEPE em Equideocultura da Universidade Federal de Viçosa e foram avaliadas 6 éguas, sendo 3 de cada raça. Individualmente, os animais foram conduzidos no cabresto a um pequeno curral onde três baldes de diferentes cores (laranja, branco e verde) foram dispostos um ao lado do outro (com aproximadamente 1 m de distancia entre eles). Os animais foram parados de frente para os baldes a uma distancia de 2 m, de forma a visualizá-los completamente. Nesse momento, um operador levantava um balde contendo ração e levava para o animal cheirar e comer por alguns segundos, em seguida o operador levava o balde contendo ração até o balde laranja e com o animal visualizando-o colocar ração no balde laranja, o animal era solto pelo condutor e então avaliado quanto ao tempo levava até se aproximar do balde que continha ração. Após encontrar o balde laranja, o animal era retirado do local para um local onde não pudesse ver os outros animais realizarem o mesmo procedimento, onde permanecia por volta de 10 minutos até a próxima avaliação. Após todos os animais serem avaliados, cada égua era individualmente reconduzida ao local e colocada novamente a 2 m dos baldes dispostos mesma posição, contendo ração no balde laranja. Nesse momento, o balde laranja não era mais apresentado o animal e assim que chegavam no curral, o tempo era cronometrado desde a soltura até a aproximação do balde laranja. O procedimento foi repetido duas vezes e a média do tempo até encontrar a ração foi calculado. A comparação entre as médias do tempo entre raças foi avaliada via teste Tukey (P=0,05). Todos os procedimentos foram realizados via pacote ExpDes do software R. A média total em segundos do tempo do desafio de memória não diferiu (p=0,7644) entre as duas raças ( sendo de 10,166 s para os animais Bretões com um erro padrão de 22 segundos, já os animais mangalarga tiveram um tempo médio de 11,166 s e Erro Padrão de 19s). Durante o estudo foi interessante perceber que a maioria dos animais Mangalarga Marchador se direcionavam diretamente ao balde laranja sem antes procurar outros baldes (exceto um animal), fato que aconteceu com alguns animais da raça Bretão. Além disso, na segunda tentativa todos os animais se direcionaram diretamente ao balde que continha alimento, demonstrando que há uma memorização por parte desses animais a curto prazo. Novos estudos são necessários para avaliar se ao longo do tempo essa memorização é mantida. |