Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10568

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Veterinária
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Victor Hugo Rabelo de Carvalho
Orientador LISSANDRO GONCALVES CONCEICAO
Outros membros AECIO CARLOS DE OLIVEIRA, Bárbara Bellonato Pereira, Jéssica Lelis de Miranda, Lorena Lopes Sales de Carvalho
Título Criptococose canina: relato de caso
Resumo A criptococose é uma infecção fúngica sistêmica, causada por Cryptococcus sp., podendo acometer várias espécies animais, incluindo humanos. Com distribuição cosmopolita, a transmissão dá-se pela inalação de esporos, advindos de fezes de aves infectadas e que se desenvolvem em matéria orgânica no meio ambiente. Ao atingir os pulmões o microorganismo tem acesso à circulação, podendo acometer vários órgãos. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de criptococose canina atendido no HOV/DVT-UFV. Um cão PitBull, fêmea de 02 anos de idade, deu entrada no serviço com queixa de hipodipsia, hiporexia e alteração da marcha com evolução de uma semana. O exame físico revelou aumento de volume indurado na região nasal, no antímero esquerdo, com secreção nasal, discreta dor em região cervical, ataxia com fraqueza de todos os membros e midríase bilateral. O exame citológico da secreção nasal revelou estruturas leveduriformes compatíveis com Cryptococcus sp. O tratamento foi iniciado com o fluconazol 10mg/kg/BID, porém o animal apresentou piora progressiva dos sinais neurológicos, desenvolvendo também sintomas respiratórios, sendo admitida para a internação. Apesar do intensivismo, houve piora da condição clínica, vindo a óbito. Na necropsia foram observados esplenomegalia, congestão e edema pulmonares associados à enfisema compensatório. Na cavidade nasal encontrou-se conchas nasais esquerdas lesionadas e a presença de criptococomas. A histologia revelou em traquéia, encéfalo e seios nasais, discreto infiltrado mononuclear associado a abundante quantidade de estruturas fúngicas arredondadas, ou em brotamento, com halo claro, com aspecto de “bolha de sabão”, compatíveis morfologicamente com Cryptococcus sp. A criptococose canina é menos frequente quando comparada aos felinos. Os sinais apresentados pela paciente condizem com os descritos na literatura, com acometimento neurológico e respiratório. O acometimento da cavidade nasal é típico em cães e gatos, diferentemente dos humanos. A anamnese não revelou contato com aves e o animal não estava debilitado, com malignidades ou em terapia imunossupressora para suscitar a suspeita de infecções oportunistas. Portanto os fatores desencadeantes ou predisponentes nesse caso são indeterminados, embora sabe-se que a doença possa ocorrer também em animais imunocompetentes. A idade de acometimento neste relato confere com a literatura, isto é adulto jovem, com menos de 4 anos, mas a raça Pitbull não é citada como predisponente. O diagnóstico firmou-se pelos achados citológicos e histopatológicos. Não foram realizados sorologia ou cultivo fúngico para diferenciação da espécie envolvida, no entanto as duas espécies mais patogênicas são o C. neoformans e o C. gattii. Concluindo, relata-se um raro caso de criptococose canina, com sinais clínicos compatíveis com a literatura, cujo diagnóstico rápido foi alcançado pelo exame citológico, mas apesar do tratamento antifúngico indicado, houve rápida evolução com desfecho fatal.
Palavras-chave fungos, Cryptococcus, canino
Forma de apresentação..... Painel
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