Resumo |
Introdução: Animais frequentemente são utilizados como modelos experimentais em pesquisas científicas para o estudo de fenômenos observados em seres humanos. Para isto, alguns princípios básicos precisam ser respeitados, por exemplo, que estes animais apresentem características semelhantes àquelas observadas nos humanos e que, tais fenômenos sejam passíveis de medida e avaliação. Os animais das linhagens Wistar (WIS) e Wistar Kyoto (WKY) são amplamente utilizados para reproduzir e investigar uma série de questões biológicas. Dessa forma, o entendimento de suas características é de fundamental importância no momento da seleção da linhagem adequada para cada modelo de pesquisa científica. Objetivos: Comparar os dados antropométricos e de crescimento de dois modelos experimentais (WIS e WKY) ao longo de quarenta e oito semanas. Metodologia: Os animais WIS e WKY foram separados em quatro grupos (n=8), sendo mantidos em gaiolas coletivas em sala com temperatura controlada de 22 ± 2°C com um ciclo de 12h claro/12h escuro, com livre acesso à água e ração. Os animais foram pesados a cada duas semanas, a partir da oitava semana de vida até quando completaram 48 semanas. Foram coletadas variáveis antropométricas na 16ª e na 48ª semana, sendo estas as circunferências torácica e abdominal, e o comprimento naso-anal. Posteriormente, esses dados foram utilizados para o cálculo do IMC, a partir da seguinte fórmula: massa corporal/comprimento naso-anal2. Após a eutanásia, foi realizada a medida do percentual de gordura de forma direta pelo método de extração de Soxhlet. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Viçosa (Protocolo 50/2015). Para análise estatística, utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk para análise da normalidade, seguido da ANOVA two way de medidas repetidas seguido de post hoc de Tukey (α= 5%). Resultados: Ambas as linhagens apresentaram um padrão progressivo de ganho de peso ao longo das semanas, no entanto, a partir da 36ª semana, foi observada maior massa corporal dos WIS em relação aos WKY. Os WIS apresentaram maior IMC na 16ª (WIS16: 0,71 vs. WKY16: 0,56), sendo que a diferença não voltou a ocorrer na 48ª (WIS48: 0,60 vs. WKY48: 0,61). Em relação ao percentual de gordura, os animais WIS apresentaram valores maiores (WIS16: 21,94% vs. WKY16: 12,56%; WIS48: 18,16% vs. WKY48: 13,08%) tanto na 16ª semana, quanto na 48ª. Conclusão: Os modelos experimentais observados apresentam diferenças quanto ao padrão de crescimento, bem como em relação às variáveis antropométricas. |