Resumo |
Nos dias atuais, as variedades de polinização aberta (VPA’s) ocupam apenas 3% da área plantada com milho no Brasil. Porém, elas são muito importantes como fonte de variabilidade genética para a extração de linhagens endogâmicas que gerem híbridos mais adaptados às condições adversas. O nitrogênio (N) é o principal nutriente na cultura do milho, e o estudo da diversidade entre VPA’s em condições contrastantes de N pode facilitar a escolha dessas populações que serão inseridas em programas de desenvolvimento de linhagens. Assim, o objetivo desse trabalho foi estudar a diversidade genética entre populações de base genética ampla de milho em condições contrastantes de N. Para isso, dez VPA’s e um híbrido duplo (BM207) de milho, foram avaliados, na safra 2017/18, em dois experimentos: um com 145 Kg ha-1 de N (AN) e outro com 20 Kg ha-1 de N (BN). Os demais tratos culturais foram feitos de acordo com as recomendações para a cultura do milho na região. Em cada experimento foi utilizado o delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. Cada parcela foi constituída por duas linhas de cinco metros, espaçadas em 0,80 m. Os caracteres avaliados foram: florescimento masculino (FM, dias) e feminino (FF, dias), altura de planta (AP, cm) e espiga (AE, cm), teor de clorofila na folha (SPAD), área foliar (AF, cm2), número de nós acima (NNAE) e abaixo da espiga (NNBE), prolificidade (PRL), comprimento da espiga (CE, cm), número de fileiras (NF), profundidade de grãos (PRF), peso de 200 grãos (P200, g) e produtividade de grãos (PG, kg ha-1). Em cada ambiente, foi realizado a análise de variância e, posteriormente, o diagnóstico de multicolinearidade na matriz de correlação dos caracteres. Após eliminar os caracteres com base no teste F (não significativos) e na análise de multicolinearidade (maiores autovetores), calculou-se a distância euclidiana média entre as populações e essas foram agrupadas pelo método UPGMA. Logo apenas os seguintes caracteres foram usados na análise de diversidade genética: FM, FF, AP, AE, NF e PG. Em ambos experimentos, as 11 populações foram agrupadas em três grupos, entretanto com conformações diferentes. No AN, foram formados grupos com cinco (UFVM100, BR105, UFVM200, UFVM100(HS)C1 e BM207), quatro (AlAvaré, Incaper203, BR106 e BRSolDaManhã) e duas populações (UFVM200(HS)C1 e IPR164). No BN, foram formados grupos com seis (UFVM100, BR105, Incaper203, UFVM200, BRSolDaManhã e AlAvaré), três (UFVM100(HS)C1, BM207, IPR164) e duas populações (UFVM200(HS)C1 e BR106). No AN, a distância média entre as populações foi de 0,43, a maior distância foi de 0,71 (BR106 e UFVM100) e a menor de 0,13 (UFVM100(HS)C1 e UFVM200(HS)C1). Em BN, a distância média foi de 0,41, a maior distância foi de 0,70 (IPR164 e UFVM100(HS)C1) e a menor de 0,12 (BR106 e INCAPER203). Conclui-se que as populações de milho são divergentes entre si e que o estresse de N não influência na magnitude da divergência genética, mas sim na constituição dos grupos. |