Resumo |
Durante a fabricação de queijos, tem como subproduto a produção de soro de leite. Entretanto, o seu descarte direto na natureza representa um problema ao meio ambiente. Uma forma da redução deste problema é utilizar o soro de leite como substrato para o crescimento de fungos. Os fungos formadores de cogumelos podem ser cultivados em resíduos agroindustriais, como o bagaço de cana-de-açúcar, serragem e casca do café. Entretanto, não se conhece o potencial dos fungos em crescer em substrato a base de soro de leite. Os fungos Ganoderma lucidum (GR117), conhecido popularmente por Reishi, possui alta quantidade de nutrientes, e tanto ele quanto o Flammulina velutipes (Enoki) são cultivados pelas suas propriedades medicinais. O cogumelo Pholiota nameko (PHO) possui muitas proteínas, vitaminas, aminoácidos que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar se era possível produzir biomassa micelial destes fungos (G.lucidum GR117, F.velutipes (Enoki) e P. nameko (PHO) em soro de leite. Frascos Erlenmeyers contendo 15 g de soro de leite em pó dissolvido em 135 mL de água foram autoclavados por 20 min a 121 oC. Para cada fungo foram inoculados quatro frascos. Após inoculação esses frascos foram mantidos sob agitação de 150 rpm a 25 oC por 20 dias. Após esse período foi feita a determinação da massa seca do micélio, em estufa de ventilação forçada a 60 oC até a massa constante. Os resultados obtidos foram submetidos análise de variância e a as médias comparadas pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Verificou-se que o GR117 e o PHO crescem bem em soro de leite, com rendimento de 36,82 ± 3,78 e 35,86 ± 3,41, respectivamente, enquanto o de Enoki foi de 16,18 ± 5,94. Em relação à produtividade, em gramas por dia, para o GR117 foi de 0,27 ± 0,03, para o PHO 0,26 ± 0,02 e Enoki 0,12 ± 0,04. Conclui-se que é viável a produção micelial de P. nameko e G. lucidum// em soro de leite. Mais testes devem ser efetuados para melhorar esse rendimento e a produtividade. |