Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10491

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CAPES, CNPq
Primeiro autor Cainã Cindra Castro
Orientador RICARDO ILDEFONSO DE CAMPOS
Outros membros Inácio José de Melo Teles e Gomes, Luiz Felipe Rodrigues Cruz
Título Crescimento e defesa de plantas contra herbivoria: a importância da formiga no sistema Azteca-Cecropia
Resumo A relação entre insetos e plantas pode ser considerada uma das interações biológicas mais estudadas tanto em Ecologia quanto em Evolução. Sabe-se que essas relações podem ser tanto negativas (herbivoria) quanto positivas (mutualismos) para as plantas. Uma das simbioses mais icônicas dentro das interações inseto-planta é a interação entre formigas e plantas, onde as formigas receberiam abrigo e alimento da planta e em troca defenderiam a planta contra herbívoros. No entanto, apesar de um claro benefício da planta para com sua formiga mutualística (a planta oferece abrigo e alimento para a formiga), alguns estudos apontam para uma defesa pouco efetiva da planta promovida por suas formigas residentes. A partir disso, o nosso objetivo foi avaliar, experimentalmente, se a formiga mutualista (Azteca muelleri) pode reduzir a herbivoria e por consequência aumentar o crescimento da planta pioneira Cecropia glaziovii. O estudo foi realizado na cidade de Viçosa, em uma reserva de Mata Atlântica (EPTEA – Mata do Paraíso), onde foram plantados 36 indivíduos de C. glaziovii com alto grau de parentesco, no qual foram submetidas a dois grupos experimentais: o grupo controle (denominado “com formigas’), possibilitando a colonização normal pela A. muelleri, e o grupo tratamento (denominado “sem formigas”), onde seriam feitas obstruções na parte superior do caule da planta impossibilitando a nidificação pelas rainhas de A. muelleri. Todas as plantas foram avaliadas quanto a sua taxa de herbivoria, número de folhas e taxa de crescimento (altura e diâmetro) mensalmente durante quatro anos e cinco meses. Os resultados do experimento indicaram a taxa de crescimento de plantas “com formiga” foi muito maior do que plantas “sem formigas” (13,5 vs 6,75 vezes mais respectivamente em relação ao seu comprimento inicial) (χ2 (1, N = 36) = 718,92; p < 0.001). O mesmo resultado foi encontrado em relação ao número de folhas por planta, onde o grupo “com formiga” teve um aumento três vezes maior em relação ao grupo “sem formiga” (90% vs 38% mais folhas respectivamente em relação ao seu número de folhas inicial (χ2 (1, N = 36) = 219.87; p < 0.001). Finalmente, a taxa de herbivoria nas plantas “com formigas” teve uma redução de 86% quando comparado a plantas “sem formigas” (χ2 (1, N = 36) = 26.65; p < 0.001). Em conclusão, nossos resultados indicam fortemente que a presença de ninhos da formiga A. muelleri é benéfica para o crescimento de C. glaziovii evidenciando a importância dessa associação mutualística para o fitness da planta.
Palavras-chave herbivoria, ecologia evolutiva, mutualismo
Forma de apresentação..... Oral
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