Resumo |
A adolescência é caracterizada como uma fase de mudanças físicas e biopsicossociais, sendo cronologicamente compreendida pela Organização Mundial de Saúde(OMS) como aqueles indivíduos que se encontram na faixa de 10 a 19 anos de idade incompletos. Nota-se que a incidência da gravidez dentre esse público ainda é alta no Brasil e no mundo, chegando a uma faixa anual de 16 milhões de adolescentes, sendo que desses, 2 milhões são menores de 15 anos. Observa-se que sua prevalência é vista em famílias consideradas vulneráveis: de baixa renda, de zonas rurais e urbanas, com predomínio em áreas de periferia. A gravidez precoce vem acompanhada de significados e sentidos não só para aquela que gesta, mas também para os outros indivíduos que fazem parte do seu contexto de vida e que também passarão por mudanças, como o pai da criança que na maioria dos casos também é um adolescente e que agora, junto à mulher, passará por transformações não apenas físicas, mas psicológicas e sociais perante o papel de ser pai. Entretanto, o que se percebe é um olhar científico, governamental e do próprio cuidado de profissionais da saúde, voltado somente para a figura materna, o que gera uma invisibilidade ao pai. O objetivo proposto é demonstrar a importância de um olhar voltado ao pai adolescente, considerando todo o seu contexto biopsicossocial, à luz da literatura científica. Foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema em 10 artigos publicados nos últimos 8 anos. Percebe-se que ser adolescente e ser pai produz obstáculos entre a vida estudantil e profissional, o que acaba propiciando situações de dependência familiar e até mesmo afastamento da escola. Experienciar a paternidade durante a adolescência propicia ao indivíduo além das emoções já presentes nesta fase da vida, muitas indagações, medos e conflitos internos e externos. Ressalta-se ainda que as escolas demonstram ser um local importante para a identificação e contato com estes adolescentes, permitindo assim que o evidenciem neste processo assim como a mãe adolescente, e desta forma é possível amenizar os riscos e consequências que a situação pode trazer para a vida do mesmo. CONCLUSÃO: Faz-se necessário que o profissional de saúde em sua prática de cuidados baseada em evidências seja capaz de perceber e captar o pai adolescente em seu meio, principalmente nas escolas, para que se consiga entender melhor suas singularidades e o que esse processo traz como significado para ele e para sua vida. Através da captação desse adolescente é possível oferecer apoio social, físico e emocional ao mesmo, amenizando situações como a evasão escolar, abandono do filho e mesmo um autojulgamento de que é incapaz de desempenhar a paternidade. Dessa forma, o profissional de saúde se faz apto para identificar e aplicar as ações de cuidados cabíveis a esses adolescentes, propiciando a devida evidência e uma maior qualidade de vida. |