Resumo |
Este trabalho tem como objetivo conhecer a analisar a coleção de fotografias produzidas pelo fotógrafo e jornalista José Paulo Martins, pois trata-se de um conjunto composto por aproximadamente 7000 imagens que retratam uma variedade de eventos ocorridos na Universidade Federal de Viçosa e que ainda é pouco pesquisado. Na Coleção é possível encontrar registros de semanas acadêmicas, laboratórios, prédios, vistas do campus, além de solenidades e atividades da rotina universitária, como matrícula de calouros e defesas de teses. O jornalista José Paulo Martins trabalhou como funcionário da UFV durante três décadas (entre 1980 e 2012), e nesse período atuou como assessor de imprensa, cuidando da publicação do Jornal da UFV e sendo os olhos da Universidade. Dessa forma, também faz parte dos objetivos desse trabalho conhecer um pouco mais sobre Zé Paulo (como era chamado), e responder à questões como: que filtro cultural podemos identificar em suas fotografias, que ponto de vista era privilegiado e como essas imagens colaboram e/ou colaboraram para a construção de uma memória da UFV e de uma imagem que se deseja guardar e divulgar? Para responder a essas e outras questões não foi possível analisar toda a coleção, visto o volume de fotografias existente, por isso optamos pelas fotografias que retratam os estudantes e como método adotamos as propostas que se baseiam na iconologia e na iconografia. A análise iconográfica concentra-se na descrição dos elementos visíveis da imagem, e por isso nos revela o conteúdo da segunda realidade do documento, para essa parte foram utilizados roteiros estruturados previamente com base em sugestões de autores. A interpretação iconológica, por sua vez, caracteriza-se pela síntese mais do que pela análise, é preciso explorar os silêncios contidos nas formas e no conjunto de detalhes revelados pela iconografia, para, dessa forma, nos aproximarmos da primeira realidade, ou seja, do contexto histórico do evento registrado, do passado. A primeira realidade é essa vivida por todos nós, mas no momento imediato em que o fotógrafo congela essa imagem ela passa a compor uma segunda realidade caracterizada pelo fato de que a fotografia carrega sua própria história e não apenas nos informa sobre um acontecimento passado, pois este é irrecuperável e dele só encontramos vestígios. O presente trabalho ainda não encontra-se finalizado, por isso não há conclusões definitivas, no entanto, é notório o papel dessas fotografias produzidas e organizadas pelo José Paulo Martins para a construção da memória da Universidade e para a consolidação da UFV como instituição de ensino de qualidade. |