Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 10467

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Luísa Fontes Carvalho
Orientador BEATRIZ SANTANA CAÇADOR
Outros membros Ana Carolina dos Santos Paiva, Lucas Borges Gomes Ferreira Pinto
Título Os significados de viver privado de liberdade: implicações para produção de cuidado
Resumo INTRODUÇÃO: O cotidiano da população privada de liberdade é marcado por vulnerabilidades e precariedades em virtude de superlotação das celas, umidade e pouca ventilação, má qualidade da alimentação, falta de higiene; constituindo uma realidade inóspita e insalubre. Desse modo, essa população possui maior propensão para doenças infectocontagiosas e agravos às saúdes física e mental. Desde a instituição do Sistema Único de Saúde como modelo de organização dos processos e das práticas de saúde, houve o reconhecimento da saúde como produção social da qual fazem parte aspectos culturais, políticos, econômicos, simbólicos, espirituais e sociais dos indivíduos, famílias e comunidades. Tem-se como pressuposto que a compreensão dos significados de viver privado de liberdade pode oferecer ao profissional de saúde maior capacidade de produzir planos de cuidado coerentes com a complexidade inscrita na produção de saúde no ambiente prisional. Assim, para a produção de práticas de cuidado sustentadas na integralidade, é preciso conhecer a realidade objetiva desse cotidiano, mas também a forma como significam essa realidade e constituem seus modos de ser e estar no mundo. Questiona-se: quais os significados de viver privado de liberdade? OBJETIVO: compreender os significados de viver privado de liberdade. MÉTODOS: Pesquisa qualitativa cujos participantes foram 18 pessoas que vivem privadas de liberdade em um presídio no interior de MG. Os dados foram coletados nos meses de agosto a dezembro de 2017 mediante entrevista aberta orientada por roteiro semiestruturado. Realizada análise de conteúdo. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética sob o parecer: CEP/UFV 1.668.556 RESULTADOS: Os significados de viver privado de liberdade transitam entre sentimentos de horror, tristeza, apatia, angústia e ideação suicida, mas também revelam produtividade na potência de se ressignificar os modos de viver a partir da experiência da prisão. Tais percepções negativas retratam a exclusão e a vulnerabilidade a que estão submetidos na prisão, mas também há uma percepção positiva, que encontram na prisão uma oportunidade de viver melhor do que se vivia fora da prisão, seja por se alimentar melhor, seja por não mais fazer uso de drogas. Importa destacar a produtividade de viver privado de liberdade e a ressignificação resiliente, que evidenciam a determinação social presente na população privada de liberdade cuja vida em sociedade parece ser mais difícil e sem oportunidades do que o ambiente de cárcere. CONCLUSÃO: Compreender a dimensão subjetiva e os significados de viver privado de liberdade possibilita ao trabalhador de saúde pensar em estratégias intesetoriais e interdisciplinares de cuidado que transcendem os domínios biológicos. Evidencia-se, ainda, que a saúde mental dessa população merece estudos mais aprofundados, bem como políticas de atenção específicas para contemplar sua complexidade.
Palavras-chave assistência integral à saúde, Prisioneiros, Vulnerabilidade em saúde
Forma de apresentação..... Oral
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